São Paulo – Se tivesse sido julgado no Brasil pelo crime de tráfico de drogas internacional, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira já poderia estar cumprindo pena no regime semi-aberto.
Na Indonésia, ele foi condenado à pena de morte em 2004 e pode ser executado no próximo sábado (17). Ele tentou entrar no país asiático com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa-delta. Conheça a história.
No Brasil, a pena para tráfico de drogas varia de 5 a 15 anos de reclusão em regime fechado – que pode ser reduzida após um período para uma pena mais branda caso o condenado tenha apresentado bom comportamento.
Como o tráfico de entorpecentes é equiparado aos crimes hediondos, o regime de progressão de pena começa a valer após o preso cumprir 2/5 da pena, se for réu primário, ou 3/5 da condenação, se for reincidente. Neste caso, o condenado vai para o regime semi-aberto.
Supondo que Moreira tivesse sido condenado à pena máxima para este tipo de crime, como não há indícios de que ele seja reincidente no crime, após seis anos de reclusão em regime fechado, ele estaria apto para migrar para o semi-aberto – se tivesse apresentado bom comportamento, é claro.
“No regime semi-aberto, o preso trabalha durante o dia sob custódia do estado, em colônias penais agrícolas ou industriais, e dorme durante a noite na cela”, afirma Rodrigo Felberg, professor de Direito Penal na Universidade Mackenzie.
No entanto, existem apenas 73 unidades deste tipo no Brasil. Sem vagas suficientes para abrigar todos os condenados ao semi-aberto, a Justiça acaba liberando o detento para o regime aberto.
Neste caso, a pessoa fica livre durante o dia e passa a noite nas chamadas Casas de Albergados – destinadas a condenados à pena privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitação de fins de semana.
Novamente, não há vagas suficientes para este fim. Em todo o Brasil, são apenas 65 casas de albergados. “O preso é então liberado a dormir em casa. Do ponto de vista técnico, ele está livre”, afirma o professor.
Em 2013, mais de meio milhão de pessoas lotavam os presídios brasileiros. Destes, 77.488 cumpriam pena no regime semi-aberto e 16.954 no aberto, segundo dados compilados pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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1. O mapa da pena de morte
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1/13 (AFP)
São Paulo - A
Anistia Internacional divulgou hoje (27) o seu novo relatório sobre
penas de morte e execuções no mundo em 2013. Ao menos 778 pessoas condenadas à morte foram executadas, 15% a mais que em 2012, quando 682 morreram. O número não é preciso, contudo. A
China, que autoriza a pena de morte, não divulga seus números. Mas estima-se que sejam milhares de mortes. Não são apenas países pobres e autoritários que aparecem na lista. Os
Estados Unidos, por exemplo, estão em quinto lugar: executaram 39 presos e deram outras 80 sentenças de morte. Outras nações não aparecem no ranking de execuções, mas em 2013 sentenciaram um número assustador de pessoas à morte: Afeganistão, com 174, e Bangladesh, com 220, por exemplo. A Anistia Internacional ainda ressalta que os números tendem a ser muito maiores em países como
Síria e
Coreia do Norte, onde os casos não vêm à tona. Veja a seguir os 15 países que mais executaram presos em 2013 e o número de novas sentenças dadas:
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2. 1. China
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2/13 (REUTERS/Navesh Chitrakar)
Número de presos executados: desconhecido (estima-se milhares) Número de penas de morte dadas: desconhecido
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3. 2. Irã
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3/13 (Atta Kenare/AFP)
Número de presos executados: 369 Número de penas de morte dadas: 91
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4. 3. Iraque
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4/13 (Spencer Platt/Getty Images)
Número de presos executados: 169 Número de penas de morte dadas: 35
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5. 4. Arábia Saudita
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5/13 (Abid Katib/Getty Images)
Número de presos executados: 79 Número de penas de morte dadas: 6
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6. 5. Estados Unidos
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6/13 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Número de presos executados: 39 Número de penas de morte dadas: 80
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7. 7. Sudão
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7/13 (George Philipas/Reuters)
Número de presos executados: 21 Número de penas de morte dadas: 29
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8. 8. Iêmen
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8/13 (REUTERS/Stringer)
Número de presos executados: 13 Número de penas de morte dadas: 3
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9. 10. Vietnã
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9/13 (AFP)
Número de presos executados: 7 Número de penas de morte dadas: 148
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10. 11. Taiwan
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10/13 (Getty Images)
Número de presos executados: 6 Número de penas de morte dadas: 7
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11. 13. Kuwait
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11/13 (YASSER AL-ZAYYAT/AFP/Getty Images)
Número de presos executados: 5 Número de penas de morte dadas: 6
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12. 14. Sudão do Sul
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12/13 (REUTERS/Goran Tomasevic)
Número de presos executados: 4 Número de penas de morte dadas: 16
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13. 15. Nigéria
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13/13 (AFP)
Número de presos executados: 4 Número de penas de morte dadas: 141