Brasil

Coronavírus: casos no Brasil podem chegar a 5 mil na próxima semana

No melhor cenário, o país teria, em 26 de março, 2.314 casos; na hipótese mediana, 3.750, de acordo com pesquisadores

Coronavírus no Brasil: OMS recomenda testar o maior número possível de pessoas (Adriano Machado/Reuters)

Coronavírus no Brasil: OMS recomenda testar o maior número possível de pessoas (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2020 às 08h54.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 08h55.

Até o próximo dia 26, o número de casos do novo coronavírus no Brasil poderá subir até 25 vezes, ou 2.400%. Com isso, os registros chegariam a 5 mil, a maioria em São Paulo. A previsão está na primeira nota técnica do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), formado por cientistas da PUC-RJ, Fiocruz e Instituto d'Or.

O grupo vai monitorar a curva de crescimento do número de casos para municiar as autoridades de saúde.

No melhor cenário, o País teria, em 26 de março, 2.314 casos; na hipótese mediana, 3.750.

Em São Paulo, onde se concentram 68% dos casos do Brasil, a previsão é de que o número de doentes seja, no cenário mediano, de 2.550 (podendo variar entre 1.573 e 3.380). No Rio, seriam 450 casos dentro de dez dias (variando de 278 a 596).

Mesmo nos piores cenários, as previsões tendem a ser tímidas. Até agora as orientações no Brasil têm sido no sentido de que apenas casos mais graves sejam testados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado testar o maior número possível de pessoas. O País, porém, não apresenta estrutura hospitalar ou mesmo kits de diagnóstico suficientes para fazer esses testes e deu prioridade a casos graves.

Os cientistas partiram do cenário em 15 de março, quando o Brasil tinha 200 casos confirmados. Para criar o modelo, eles utilizaram a evolução da epidemia nos países que apresentavam as maiores séries históricas de dados: Irã, Itália, Espanha, França Alemanha, Estados Unidos, China e Coreia do Sul.

Para o melhor cenário, por exemplo, fizeram a previsão do Brasil com base nos dados da Coreia do Sul. Para o pior cenário, a evolução da curva seria similar à de Irã e Itália.

"A gente separou os países em grupos com comportamentos semelhantes e reproduzimos o comportamento do Brasil para aqueles padrões", explicou Fernando Bozza, chefe do Laboratório de Medicina Intensiva do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, e coordenador de pesquisa do Instituto D'Or. "Temos de ver como será a evolução nos próximos dias para entender qual curva o Brasil vai adotar."

O grande risco de um crescimento exponencial no número de casos é levar a um colapso do sistema de saúde.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasSão Paulo capital

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU