Brasil

Crise hídrica: governo solicita estudos para reter água em reservatórios

O Ministério de Minas e Energia sinalizou preocupação com o abastecimento de energia no período de chuvas do próximo ano

Vertimento turbinável: energia limpa desperdiçada por limites do sistema elétrico.
 (Cemig/Divulgação)

Vertimento turbinável: energia limpa desperdiçada por limites do sistema elétrico. (Cemig/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2021 às 08h38.

Com o agravamento da crise hídrica, o governo sinalizou preocupação com o abastecimento de energia no período de chuvas do próximo ano. Em reunião nesta quarta-feira, 4, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) solicitou a realização de estudos sobre manter medidas para preservar mais água nos reservatórios de hidrelétricas no período úmido e a respeito das condições de atendimento eletroenergético na transição do período seco para o período de chuvas em 2021, para o fornecimento em 2022.

  • Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso.

Em nota divulgada na noite de quarta, o Ministério de Minas e Energia (MME) informou que, durante a reunião, foi solicitada a "realização de estudos que se façam necessários relativos à permanência de flexibilizações hidráulicas nas usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera no próximo período úmido, entre os meses de dezembro de 2021 e abril de 2022". Caberá ao Operador Nacional do Sistema (ONS) e à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) analisar as condições de atendimento eletroenérgetico na transição para o período de chuvas.

O CMSE também deliberou pela ampliação no fornecimento de energia elétrica por meio de usinas termelétricas a óleo diesel e gás natural. Segundo a pasta, o colegiado indicou a disponibilização de um terceiro navio regaseificador, no terminal de regaseificação de Pecém, no Ceará, para possibilitar o fornecimento de gás natural para usinas térmicas. Também foi discutida a autorização para a flexibilização da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), de modo a ampliar o intercâmbio entre os subsistemas, "para aproveitar os excedentes energéticos regionais".

As ações adicionais, segundo a pasta, visam o enfrentamento da "desafiadora conjuntura atual, com vistas a preservar os usos da água, mantendo, portanto, a governabilidade das cascatas hidráulicas, e garantir o suprimento de energia elétrica aos consumidores brasileiros".

O ONS também informou o início das ofertas de geração de energia elétrica de usinas termoelétricas sem contratos. "Dessa maneira, dá-se efetividade às diretrizes construídas com vistas ao aumento das disponibilidades energéticas do SIN, recursos que serão essenciais ao longo dos anos 2021 e 2022", diz a nota.

Em paralelo com as novas ações indicadas, o colegiado deliberou por manter as medidas que estão sendo adotadas nos últimos meses como o despacho de geração termoelétrica independente do valor e a importação de energia elétrica da Argentina e Uruguai sem substituição, desde que respeitadas as restrições operativas, para minimizar o custo total da operação do sistema elétrico. "Tais medidas têm se mostrado fundamentais para a garantia da segurança do suprimento de energia elétrica no País no cenário atual, conforme monitoramento permanente realizado pelo CMSE."

Acompanhe tudo sobre:Crise da ÁguaEnergia elétricaGoverno BolsonaroHidrelétricas

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil