Brasil

Defensores públicos repudiam "qualquer tentativa de ameaça" à democracia

Comunicado da Condege marca reação da entidade a declaração do comandante do Exército Eduardo Villas Bôas sobre impunidade

Villas Bôas: comandante disse que Exército "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição" (Divulgação/Agência Senado)

Villas Bôas: comandante disse que Exército "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição" (Divulgação/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2018 às 16h04.

O Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege) divulgou nesta quarta-feira, 4, uma nota de repúdio a "qualquer tentativa de ameaça ao regime democrático e à ordem constitucional". O comunicado foi emitido em meio à polêmica despertada pelas declarações do comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, na noite desta terça-feira, 3, no Twitter. Sem mencionar o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal, Villas Bôas escreveu que o Exército "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais".

No comunicado, a entidade que representa os defensores públicos manifestou "irrestrito apoio às instituições democráticas da República e aos Poderes legitimamente constituídos". Segundo a nota do Condege, a ordem constitucional vigente é o único caminho legítimo para a resolução das controvérsias. A Defensoria Pública brasileira declarou ainda manifestar "veemente repúdio a qualquer ato atentatório ao Estado de Direito, notadamente àqueles que tendam a restringir ou mesmo suprimir a plena atuação das instituições e os diretos e garantias fundamentais constitucionalmente assegurados".

Leia a íntegra do comunicado:

"O Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (CONDEGE) manifesta seu irrestrito apoio às instituições democráticas da República e aos Poderes legitimamente constituídos, repudiando qualquer tentativa de ameaça ao regime democrático e à ordem constitucional.

A conquista do Estado de Direito, consagrado com a Constituição de 1988, permitiu o início do mais longo período democrático da história do país, restabelecendo a todos os cidadãos importantes liberdades civis e direitos sociais.

A ordem constitucional vigente é o único caminho legítimo para a resolução das controvérsias.

A Defensoria Pública brasileira, definida constitucionalmente como uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, sendo expressão e instrumento do regime democrático, coloca-se em defesa dos valores democráticos do Estado e manifesta seu veemente repúdio a qualquer ato atentatório ao Estado de Direito, notadamente àqueles que tendam a restringir ou mesmo suprimir a plena atuação das instituições e os diretos e garantias fundamentais constitucionalmente assegurados".

Acompanhe tudo sobre:JustiçaLuiz Inácio Lula da SilvaSupremo Tribunal Federal (STF)Exército

Mais de Brasil

Bolsonaro passa por novos exames após crises de soluços e episódios de falta de ar

'Florianópolis é um orgulho para o Brasil e para a América', diz ministro do Turismo argentino em SC

Lula diz que Brasil vive 'uma turbulência desnecessária' causada por Trump

Em meio ao tarifaço, Eduardo Bolsonaro publica foto com secretário do Tesouro dos EUA