Brasil

Defesa afirma que Temer recebeu Janot fora da agenda

Antônio Cláudio Mariz atacou ponto a ponto a denúncia do procurador, que atribui a Temer o crime de corrupção passiva no caso JBS

Rodrigo Janot: o procurador denunciou Temer por corrupção passiva (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Janot: o procurador denunciou Temer por corrupção passiva (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de julho de 2017 às 19h35.

São Paulo - O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente Michel Temer, afirmou, em sustentação oral na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que a denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente é "uma peça de ficção".

Ele declarou que o presidente não recebeu apenas o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, no Palácio do Jaburu sem registro na agenda oficial.

Segundo o advogado, Temer recebeu empresários e parlamentares. E também o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Várias vezes!", afirmou o advogado.

"Precisaram recorrer à ficção, criaram hipóteses, levantaram suposições, adentraram no campo da criação intelectual, criaram uma obra de ficção", afirmou Mariz.

Mariz atacou ponto a ponto a denúncia de Janot, que atribui a Temer o crime de corrupção passiva no caso JBS. "Vai-se construindo, vai-se fazendo afirmações não consentâneas com a prova dos autos."

Mariz desafiou Janot a provar como o presidente pegou propina da JBS.

"Onde, quando, por quem, das mãos de quem, (o presidente) recebeu o dinheiro? Qual o benefício da contrapartida que o presidente da República faria? Não há, eu estou mostrando que não há. O presidente não pediu nada, o presidente não recebeu nada. Não houve nenhum tipo de ajuste como deseja a denúncia."

O advogado foi enfático. "Procurador não é um acusador obstinado."

Mariz acusou o procurador-geral de não ter levado à denúncia a transcrição de depoimentos que, em sua avaliação, seriam favoráveis a Temer.

"O papel do promotor é buscar o ideal do justo", assinalou Mariz. Ele afirmou que Janot pôs nos autos "provas seletivas, criações mentais".

Mariz atacou os benefícios concedidos aos executivos da JBS pelo acordo com a Procuradoria-Geral da República. "Incríveis e absurdos benefícios dados aos delatores."

Ao final, o criminalista clamou aos deputados. "Peço que não deem autorização para que o presidente da República seja julgado. Façam isso e estarão fazendo Justiça".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDelação premiadaGoverno TemerMichel TemerRodrigo Janot

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil