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Defesa de Lula alega suspeição de Moro e pede anulação da condenação

No pedido de habeas corpus, defesa argumenta que indicação de Moro para o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro demonstra parcialidade

Cristiano Zanin: "Lula foi julgado por alguém que mostrou ter a convicção de que a culpa era preestabelecida. Cada decisão que mencionei mostra que ele jamais teve hipótese de ser absolvido" (Nacho Doce/Reuters)

Cristiano Zanin: "Lula foi julgado por alguém que mostrou ter a convicção de que a culpa era preestabelecida. Cada decisão que mencionei mostra que ele jamais teve hipótese de ser absolvido" (Nacho Doce/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 16h22.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 16h29.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alegou nesta terça-feira, 4, na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), suspeição do ex-juiz Sergio Moro e pediu anulação da condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP). O colegiado julga nesta tarde mais um pedido de habeas corpus do ex-presidente.

De acordo com o advogado Cristiano Zanin, representante de Lula, o ex-presidente foi processado, condenado e preso sem que tivesse direito a um "processo justo". Para Zanin, Moro foi parcial na condução do processo do tríplex.

'"Ele [Lula] foi julgado por alguém que, ao longo do tempo, mostrou ter a convicção de que a culpa era preestabelecida. Cada decisão que mencionei mostra que o paciente [Lula] jamais teve hipótese de ser absolvido", disse o advogado.

No pedido de habeas corpus, os advogados de Lula argumentam que a indicação do ex-juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro demonstra parcialidade do ex-magistrado e também que ele agiu "politicamente". Moro assumirá o comando da pasta em janeiro e renunciou ao cargo na magistratura.

Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter sua condenação no caso confirmada pelo Tribunal Regional Federal 4ª Região (TRF4), que impôs pena de 12 anos e um mês de prisão ao ex-presidente, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Sergio Moro nega qualquer irregularidade em sua conduta e diz que a decisão de participar do futuro governo ocorreu depois de medidas tomadas por ele contra o ex-presidente.

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