Brasil

Deputados criticam Cunha e falam em votação "irresponsável"

Parlamentares se reuniram no Salão Verde da Casa para fazer críticas à gestão do peemedebista


	Parlamentares do PSOL protestam contra Eduardo Cunha
 (José Cruz/ Agência Brasil)

Parlamentares do PSOL protestam contra Eduardo Cunha (José Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2015 às 16h34.

Brasília - As declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no balanço sobre os primeiros seis meses de trabalho neste ano provocou reações instantâneas de parlamentares.

Eles se reuniram no Salão Verde da Casa para fazer críticas à gestão do peemedebista e demonstrar insatisfação com os resultados apresentados.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) disse ter ficado surpreso com a preocupação do PMDB com as eleições de 2018.

Nomes de destaque no partido de Cunha anunciaram que não vão manter a aliança com o PT no próximo pleito eleitoral.

“A principal preocupação é com eleições, em vez de garantir o mínimo de estabilidade ao governo. Estão se comportando como ponto de desestabilização do governo”, avaliou o parlamentar.

Hoje (16), Eduardo Cunha disse que o PMDB não aguenta mais o compromisso firmado com o partido do governo, mas vai continuar ao lado da presidente Dilma Rousseff até o final do segundo mandato, para garantir a governabilidade do país.

Uma das reclamações do peemedebista que comanda a Câmara desde fevereiro é que, apesar da aliança, o PMDB não manda sequer nos ministérios que ocupa, ficando apenas com o ônus no acordo com o PT.

Para Molon, o que ocorre é o contrário. O PMDB quer apenas os bônus em vez de apoiar o governo. Ele criticou também a gestão da Câmara.

Segundo ele, a sensação de que o Parlamento está fortalecido é um engano e a Câmara concluiu “votações irresponsáveis” no primeiro semestre.

Pelo balanço da presidência da Câmara, neste período, foram aprovadas 90 matérias entre projetos de lei, propostas de emenda à Constituição, medidas provisórias, projetos de decreto legislativo, projetos de lei complementar e projetos de resolução.

Entre os textos estão as medidas de ajuste fiscal defendidas pelo governo, a regulamentação da terceirização de mão de obra e as propostas de reforma política e redução da maioridade penal, que precisam ser concluídas em votação em segundo turno, antes de serem enviadas ao Senado.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) admitiu, como Cunha, que nunca se votou tanto, mas alertou que nunca se votou tão atropelado. “Nunca se desrespeitou tanto as comissões especiais. A Câmara está sob suspeita”, avaliou.

Segundo ele, quando uma matéria desagrada o bloco de Cunha, ela é votada novamente na Casa, fazendo referência a sessões como as que aprovaram o projeto da terceirização e da redução da maioridade penal.

Júlio Delgado (PSB-MG) chegou a classificar Cunha como um “déspota” e a deputada Luiz Erundina (PSB-SP) acredita que “há um clima de autoritarismo” na Câmara.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEduardo CunhaGovernoMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPSOL – Partido Socialismo e Liberdade

Mais de Brasil

Em depoimento ao STF, Cid diz que Bolsonaro 'sempre buscou fraude nas urnas'

Ao STF, Cid diz que Zambelli e Delgatti debateram fraudes nas urnas com Bolsonaro antes da eleição

Cid diz ao STF que recebeu 'dinheiro' de Braga Netto em plano para monitorar Moraes

Greve de caminhoneiros em Minas Gerais ameaça abastecimento de combustível