Brasil

Dilma defende solução de crise via FMI

Presidente acrescentou que o Brasil se dispôs a participar da capitalização do Fundo Monetário Internacional

Dilma também disse que o Brasil se coloca favoravelmente à criação de uma taxa financeira global, proposta defendida já há algum tempo por algumas lideranças europeias (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma também disse que o Brasil se coloca favoravelmente à criação de uma taxa financeira global, proposta defendida já há algum tempo por algumas lideranças europeias (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h14.

Cannes - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o Brasil e os demais países dos BRICs estão dispostos a contribuir para uma ajuda financeira à Europa se isso for feito por meio do Fundo Monetário Internacional, mas que não há decisão ainda sobre o volume de recursos que podem ser disponibilizados.

Ela acrescentou que os recursos das reservas internacionais brasileiras devem ser protegidos pois foram acumulados com o "suor dos brasileiros", e descartou um repasse direto para o fundo de resgate europeu.

"Eu não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direta para o Fundo de Estabilização Europeu," disse a presidente durante entrevista coletiva após o encerramento da reunião do G20 em Cannes. "O Brasil tem um mecanismo, que é o mecanismo que rege as relações internacionais, via Fundo Monetário." No comunicado do G20 divulgado durante o encontro, os membros afirmaram que "assegurarão que o FMI siga tendo recursos para cumprir seu papel sistêmico, em benefício de todos os membros", mas jogaram para a próxima reunião de ministros, em dezembro, a responsabilidade por definir como se dará esse aumento do poder de fogo do banco.

Algumas das alternativas listadas foram contribuições bilaterais, voluntárias e emissões de direitos especiais de saque.

O G20 também não anunciou decisão sobre valores de aportes. Em entrevista coletiva após a cúpula, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, afirmou que o grupo não estabeleceu um teto para a ajuda, e que ela está segura de que terá os recursos necessários para cumprir suas funções.

Dilma voltou a defender uma reforma na governança do organismo multilateral de crédito que, na avaliação dela, deve refletir a mudança de correlação de forças no cenário global. Na entrevista, a presidente argumentou que uma ampliação do FMI contribuirá também para a redução do risco sistêmico na economia global.


A cúpula do G20 foi um "relativo sucesso" na medida em que criou o ambiente adequado para que os países da zona do euro avançassem em busca de soluções para a crise, disse Dilma. "Agora (eles) vão ter de dar mais detalhes dos seus planos," afirmou.

Dilma se reuniu com chefes de Estado dos demais países dos Brics --Rússia, Índia, China e África do Sul-- na quinta-feira, quando trataram da crise europeia.

Taxa Financeira  

O Brasil adotará uma taxa adicional sobre as transações financeiras realizadas no país caso haja um acordo para a adoção dessa tributação globalmente, afirmou Dilma.

A proposta para a criação de uma nova taxa financeira foi feita pela França durante o G20 como forma de levantar recursos para suprir a redução da oferta de assistência social no mundo verificada após a crise. A ideia encontra forte resistência de países como a Grã-Bretanha, onde a indústria financeira tem um peso grande na economia.

Dilma argumentou que o Brasil tem uma economia variada e já adota uma taxação sobre transações financeiras -o IOF.

"Nós não somos contra se todos os países adotarem uma taxa", disse a presidente. "Se tiver uma taxa financeira global, o Brasil adota também. Nós não somos contra." 

* Matéria atualizada às 15h19

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilG20Crise econômicaCrises em empresas

Mais de Brasil

Oficial de Justiça tenta notificar Eduardo Bolsonaro, mas é informado que ele está nos EUA

Relator apresenta parecer pela rejeição da PEC da Blindagem em comissão do Senado

Governo de SP vai usar detentos do semiaberto para limpeza de ruas após fortes chuvas e vendaval

Governo dos EUA afirma que dois milhões de imigrantes ilegais já deixaram o país