Brasil

PSDB não gosta da palavra gratuito, diz Dilma

Presidente alfinetou o candidato de oposição afirmando que os tucanos não gostam de duas palavras: "gratuito e subsídio"


	Presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, participa de entrevista no Palácio da Alvorada
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, participa de entrevista no Palácio da Alvorada (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 21h03.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, alfinetou nesta segunda-feira o candidato de oposição Aécio Neves (PSDB), afirmando que os tucanos não gostam de duas palavras: "gratuito e subsídio".

A provocação foi usada por ela para defender o programa Minha Casa, Minha Vida e o Pronatec, que oferece cursos técnicos.

"O Pronatec tinha de ser gratuito, senão você faria a velha seleção por cima. Só aqueles que teriam condições de pagar o curso fariam", disse.

Ela voltou a afirmar que o PSDB proibiu a criação de escolas técnicas gratuitas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Eu e o Lula fizemos 422 escolas técnicas", disse, ressaltando que o foco do governo petista foi a "prioridade social".

"Nós não julgamos só quatro anos, comparamos a consolidação de um projeto", afirmou.

A presidente citou o aumento de 71% do salário mínimo nos 12 anos de governo do PT como exemplo do foco no social. "Não aceitamos que o salário mínimo seja controlado pela inflação", criticou.

Ela também reagiu ao uso, pelo PSDB, de uma carta enviada a Fernando Henrique Cardoso em 2011, na qual a petista tece elogios ao ex-presidente.

Numa mensagem enviada a Fernando Henrique em razão do seu aniversário de 80 anos, Dilma se refere ao tucano como "ministro arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação". A carta foi usada no programa eleitoral do PSDB.

"Eu mandei mesmo. Eu acho que a estabilização da moeda é um grande ganho. Mas não significou estabilização da economia. É fato que saímos da hiperinflação, mas também é fato que ele (FHC) quebrou o País três vezes", rebateu Dilma.

Ela elencou dados econômicos da gestão Fernando Henrique à frente do Palácio do Planalto. Disse que ele recebeu o governo com uma relação dívida líquida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 25% e entregou o mesmo indicador em 2002 com 60%.

"Nós reduzimos para 35,9%", afirmou. "Eu continuo achando que ele fez algo importante durante o governo Itamar (Franco), ao garantir a estabilização da moeda. Isso nunca vai significar estabilização da economia", argumentou Dilma.

"Ele deixou o País desequilibrado internacionalmente, deixou o País com um desemprego bastante elevado. Ele deixou o País numa situação muito precária", disparou. Ela ironizou ainda o uso da carta no programa eleitoral do PSDB.

"Eu acho fantástico utilizar um cumprimento que eu faço a ele por um fato para estender isso para toda a gestão dele".

Mercosul

Dilma criticou também hoje a política externa proposta por seu oponente Aécio Neves (PSDB). Ela afirmou que o candidato tucano quer o retorno da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), posposta nos anos 1990 para integrar a América Latina e os Estados Unidos.

"É muito importante ver que volta aquela velha proposta da Alca, para a criação de condições para liberar o mercado", disse. "Significa o velho modelo de não negociar e o País perde soberania, autoridade."

Dilma também disse que o tucano é uma ameaça à integração da América Latina por meio do Mercosul, embora o bloco econômico agrupe apenas países da América do Sul.

"Se você olhar a política externa proposta (por Aécio), o Mercosul não é mais importante, a gente volta as costas para a América Latina inteira. O Brics (grupo emergente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo, eles fingem que não viram", afirmou.

A presidente comentou a reeleição do presidente da Bolívia, Evo Morales, que ontem se sagrou vitorioso na sua terceira disputa consecutiva para o cargo. "Evo Morares foi eleito no primeiro turno com uma votação muito consagradora", disse.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEleiçõesEleições 2014Oposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDBPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU