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Diplomatas brasileiros em Caracas vão ignorar ordens de Maduro, diz Araújo

Itamaraty orientou que Juan Guaidó é a única autoridade legítima e reconhecida pelo Brasil

Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó (Andre Coelho/Bloomberg)

Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó (Andre Coelho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 09h05.

Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 13h03.

Davos - Num gesto diplomático de apoio a Juan Guaidó, o Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, considerado a partir de quarta-feira, 23, como a única autoridade legítima e reconhecida pelo Brasil.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler Ernesto Araújo indicou que não vai retirar da Venezuela os diplomatas brasileiros. "Eles ficam", disse na manhã desta quinta-feira, 24, em Davos. Outra orientação, segundo ele, seria a de apenas manter contatos com a equipe de Guaidó.

Diante do fim do reconhecimento do governo de Nicolás Maduro por diversos governos latino-americanos, foi dada 72 horas para a diplomacia dos EUA se retirar do país. A Casa Branca, porém, indicou que as ordens de Maduro não tinham efeito.

O Estado obteve uma carta assinada pelo próprio Guaidó e enviada a todas as embaixadas estrangeiras em Caracas. Nela, o presidente da Assembleia afirma que "deseja firmemente que mantenham sua presença diplomática em nosso país".

Ele também alerta aos governos estrangeiros a ignorar as ordens de Maduro. "Peço que desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legítimo da Venezuela, que em virtude da Constituição, ostento, de que as missões diplomáticas, chefes de missões e todos seus funcionários continuem operando na Venezuela com normalidade e que se respeitem todas as imunidade e privilégios", escreveu.

"Qualquer disposição contrária careceria de validade, já que emanaria de pessoas ou entidades que, por seu caráter usurpatório, não tem autoridade legítima para pronunciar-se a respeito", completou Guaidó.

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