Brasil

Eduardo Bolsonaro é nomeado líder à distância para blindar seu mandato

Sostenes Cavalcante afirma que suas ausências serão justificadas e que teria conversado com Hugo Motta

Eduardo Bolsonaro: deputado assume como líder da minoria na Câmara dos Deputados (Agência Câmara/Agência Câmara)

Eduardo Bolsonaro: deputado assume como líder da minoria na Câmara dos Deputados (Agência Câmara/Agência Câmara)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 17h19.

Tudo sobreEduardo Bolsonaro
Saiba mais

A bancada do PL oficializou nesta terça-feira a nomeação de Eduardo Bolsonaro (SP) como novo líder da minoria na Câmara dos Deputados. A escolha ocorre enquanto o parlamentar está nos Estados Unidos, onde deve permanecer por tempo indeterminado, e é vista por aliados como uma estratégia para blindar seu mandato contra eventuais faltas registradas no plenário.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que até então exercia a função, anunciou a renúncia ao posto em ofício encaminhado ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

— Gostaria de comunicar a todos a minha renúncia da liderança da minoria para transferir essa responsabilidade a Eduardo Bolsonaro. Tomamos essa decisão convictos de que o Brasil precisa de união e coragem, diante das perseguições que Eduardo e Jair Bolsonaro vêm sofrendo — disse Carol.

Ela passa a ocupar a vice-liderança e atuará como representante em plenário durante as ausências do colega. Na prática, não altera a função que já exerce.

A nomeação foi celebrada pelo líder do PL na Câmara, Sostenes Cavalcante (RJ), que exibiu à imprensa o documento formalizado junto à Mesa Diretora. Segundo ele, há respaldo regimental para que Eduardo não tenha prejuízos mesmo longe do Brasil.

— No dia 5 de março de 2015, a então mesa diretora, presidida por Eduardo Cunha, a pedido de Mara Gabrilli, houve uma alteração e a maioria decidiu para voltar a prerrogativa de ausência de registro no painel eletrônico. Esse ato tem validade até o presente momento — argumentou.

Em trecho da resolução de 2015, Cunha escreve: "A Senhora Deputada Mara Gabrilli, Terceira-Secretária, apresentou, extrapauta, mais uma questão a respeito da justificativa de ausência, a dos Deputados que, em razão da natureza de suas atribuições, não precisavam registrar presença. Analisada a questão, a Mesa Diretora, por unanimidade, resolveu rever o entendimento de Mesas anteriores, considerando justificadas as ausências de registro no painel eletrônico, nas Sessões deliberativas da Casa, somente dos Senhores membros da Mesa Diretora e dos Líderes de Partido.

Questionado sobre eventuais contestações, Sostenes disse já ter comunicado Motta da decisão e defendeu a medida como legítima.

Aliados reforçam que, na prática, a rotina da minoria não sofrerá mudanças significativas.

Carol de Toni destacou que a comunicação com o novo líder será feita por videoconferência.

— Nós vamos pedir que ele faça discursos online. Nós faremos reuniões com ele. Temos tecnologias para isso.

O deputado Zucco (PL-RS) afirmou que uma das primeiras orientações de Eduardo no comando da liderança será em relação à anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

Na reunião de líderes desta terça-feira, foi acordado que a urgência será votada amanhã. A estratégia de Motta, contudo, é derrubar o texto e enterrar a discussão.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo BolsonaroCâmara dos DeputadosPL — Partido Liberal

Mais de Brasil

Bolsonaro passará noite em hospital após crise de vômitos e soluços

PL da Anistia: 41% são contra perdão aos condenados e 36% a favor, diz Genial/Quaest

Moraes mantém tornozeleira e restrições a Mauro Cid e analisará depois pedido de extinção da pena