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Em dia de paralisação, Polícia Civil do Rio faz protestos

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro afirmou que 60% do efetivo está em greve e percorre delegacias para fortalecer o movimento


	Carros da Polícia Civil do RJ: primeira manifestação ocorreu pela manhã em frente à sede da Polícia Civil, na Lapa, centro do Rio, com pouca adesão (Wikimedia Commons)

Carros da Polícia Civil do RJ: primeira manifestação ocorreu pela manhã em frente à sede da Polícia Civil, na Lapa, centro do Rio, com pouca adesão (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 13h56.

Rio de Janeiro - Policiais civis do Rio de Janeiro preparam uma série de manifestações durante a paralisação de 24 horas programada para hoje (21).

A primeira ocorreu pela manhã em frente à sede da Polícia Civil, na Lapa, centro do Rio, com pouca adesão.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sinpol), Fernando Bandeira, afirmou no entanto que 60% do efetivo está em greve e percorrem delegacias do estado para fortalecer o movimento.

A partir das 14h, está marcada uma mobilização na Cidade da Polícia, em Benfica, zona norte e às 19h, a categoria deve ser reunir na Tijuca, zona norte, para decidir os rumos da greve.

Dentre os itens da pauta de reivindicações estão, plano de saúde, reajuste de 100% do tíquete alimentação e do vale-transporte, criação de um plano de cargos e salários, incorporação das gratificações e reajuste de 50% no piso dos agentes para diminuir a discrepância com os vencimentos de delegados.

Segundo Bandeira, dos cerca de 11 mil policiais, mais de 90% são policiais civis que ganham entre R$800 e R$900, sem as gratificações. Menos de 10% são delegados e ganham em torno de R$ 20 mil.

“O salário só vai a R$1,5 mil com as gratificações e aumenta um pouquinho mais nas Delegacias Legais na Core [Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais]. Então é um jogo de salário de acordo com o local onde se está trabalhando,” declarou o sindicalista. “Os policiais ficam com medo do delegado titular tirá-los de onde estão e eles perderem a gratificação. Isso cria até divisão entre nós”, disse ele.

Ainda segundo Bandeira, cerca de 20% dos agentes têm mais de 60 anos e não se aposentam para não perderem a gratificação.

O sindicalista explicou que os agentes em serviço farão operação tartaruga e vão atender somente flagrantes e casos graves como homicídios, latrocínios, assaltos, estupros e danos ao patrimônio público e privado.

A Chefia de Polícia Civil informou que mantém diálogo aberto com os representantes da categoria e que as negociações estão em andamento.

A instituição garantiu que está monitorando o funcionamento de todas as delegacias do estado para adotar medidas necessárias para o bom atendimento à população.

O órgão informou também que o cidadão pode pré-agendar o registro de ocorrência pela internet pelo site. Apenas crimes de roubo de carro e homicídio não podem ser pré-registrados.

Bandeira disse que se até o início da Copa do Mundo, o governo do estado não tiver aberto um caminho de diálogo, os policiais civis podem fechar os braços durante o evento.

“Queremos evitar problemas com o estado e com a Copa do Mundo e com o Brasil. Passaram-se dois anos e não se resolveu nada e 2014 é um ano importante de eleições”, comentou ao explicar que a pauta de reivindicações foi apresentada ao governo em 2012 e até hoje o sindicato não obteve resposta.

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