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Em meio à crise institucional, narrativa do governo Lula emplaca nas redes

Os dados revelam que o movimento passou a ganhar tração a partir do dia 25 de junho, com pico no dia 2 de julho. A maioria das publicações foi realizada por perfis alinhados à esquerda e ao PT

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de julho de 2025 às 18h13.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 18h54.

Em meio ao tensionamento das relações entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Congresso Nacional, ganhou força nas redes sociais um movimento crítico aos parlamentares e que pede a taxação dos super-ricos, segundo dados da consultoria Nexus.

Na semana passada, o Congresso derrubou um decreto presidencial pela primeira vez em 33 anos e anulou o decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

Uma análise amostral de 976 mil publicações que mencionam, ao menos, críticas ao Congresso ou a taxação de ricos, extraídas de três redes sociais, indica que 95% dos discursos estão concentrados no X, enquanto o Facebook responde por 4% e o Instagram, por apenas 1%.

O período de corte da amostra foi de meia-noite do dia 23/6 até 9h de 3/7, com coleta dos Trendings BR das últimas 24 horas.

Na rede de Elon Musk, as postagens já ultrapassam 2,13 milhões de curtidas e 43,8 milhões de impressões.

Entre os principais termos estão "Congresso da Mamata", com 502 mil citações, "Agora é a vez do povo", com 184 mil menções, "Hugo Motta Traidor", com 238 mil, e "Congresso Inimigo do Povo", com 408 mil.

Os dados revelam que o movimento passou a ganhar tração a partir do dia 25 de junho, com pico no dia 2 de julho. A maioria das publicações foi realizada por perfis alinhados à esquerda e ao PT.

Deputados governistas, como Guilherme Boulos (PSOL-SP), com 2,5 milhões de seguidores, compartilharam vídeos produzidos na ferramenta de IA Google Veo 3, que cria vídeos realistas mostrando trabalhadores carregando sacos pesados de impostos, enquanto os ricos aparecem com sacos menores.

O perfil oficial do governo, embora não tenha utilizado os termos da pesquisa, fez uma publicação afirmando que "nesse cabo de guerra, o governo tem um lado: o lado da classe média e do povo trabalhador que movem o país".

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