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Energia de Angra 1 e 2 pode subir 25,8%

A Eletronuclear destaca a necessidade de viabilizar o investimento na usina Angra 3 e, para tanto, calcula ser necessária uma receita de R$ 2,88 bilhões em 2016


	Usina nuclear Angra 2: a Eletronuclear, responsável pelos empreendimentos, destaca a necessidade de viabilizar o investimento na usina Angra 3 e, para tanto, calcula ser necessária uma receita de R$ 2,88 bilhões em 2016
 (AFP / vanderlei almeida)

Usina nuclear Angra 2: a Eletronuclear, responsável pelos empreendimentos, destaca a necessidade de viabilizar o investimento na usina Angra 3 e, para tanto, calcula ser necessária uma receita de R$ 2,88 bilhões em 2016 (AFP / vanderlei almeida)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 09h53.

Brasília - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve analisar nesta terça-feira, 20, o pedido de reajuste tarifário apresentado pela Eletronuclear referente à energia produzida pelas usinas Angra 1 e Angra 2.

A Eletronuclear, responsável pelos empreendimentos, destaca a necessidade de viabilizar o investimento na usina Angra 3 e, para tanto, calcula ser necessária uma receita de R$ 2,88 bilhões em 2016.

O montante é 28,3% superior aos R$ 2,246 bilhões propostos para este ano. Para alcançar a receita desejada, a tarifa da energia precisaria ser estabelecida em R$ 203,99/MWh, reajuste de 25,8% em relação ao valor de R$ 162,09 por MWh em vigor a partir de janeiro deste ano.

O pedido apresentado pela Eletronuclear será analisado pela Aneel, porém não necessariamente será utilizado como balizador do reajuste a ser aplicado.

O valor, que ainda passará pela etapa de audiência pública, reflete, principalmente, uma perda de 17,1% apurada pela controlada da Eletrobrás em 2013. Naquele ano, a base de cálculo da tarifa foi revista, um ajuste que provocou perdas de R$ 388,7 milhões (17,1%) em 2013 e R$ 944 milhões no triênio até 2015, segundo a Eletronuclear.

"A alocação de receita, no período 2013 a 2015, muito aquém das reais necessidades da Eletronuclear para suportar os custos de Operação & Manutenção (O&M) de Angra 1 e Angra 2, levando, na prática, a que os desvios sejam cobertos pela receita de 'Remuneração do Capital Imobilizado' tem por consequência reduzir fortemente a capacidade de a Eletronuclear investir sua contrapartida contratual de capital próprio, referentemente ao Contrato de Financiamento firmado com o BNDES para a construção de Angra 3", salienta a Eletronuclear em documento enviado à Aneel.

Diante do risco de não conseguir honrar sua fatia no investimento da usina, avaliada em R$ 315 milhões por ano, a Eletronuclear propôs reajuste de 25,8% na tarifa, com efeito quase equivalente na receita anual. A companhia também atribui o pedido de aumento ao potencial crescimento dos custos com combustível e O&M.

Angra 3

O reajuste proposto de mais de 20% na tarifa da energia fornecida pelas usinas de Angra 1 e 2 é a segunda tentativa feita pela Eletronuclear, em um período de semanas, com o intuito de garantir maior rentabilidade para suas operações.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou no final do mês passado que a Eletronuclear havia solicitado à Aneel uma elevação de 80,26% na tarifa atribuída à energia futura de Angra 3. No mesmo pedido, a controlada da Eletrobrás solicitou o adiamento da data de entrada em operação de Angra 3 em três anos, para 31 de dezembro de 2018.

Para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, a Eletronuclear propôs que o valor da tarifa da energia de Angra 3 fosse elevado de R$ 148,65/MWh para R$ 267,95/ MWh, e que o período de contratação dessa energia passasse de 35 anos para 40 anos. 

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