Brasil

Entidades querem manter "A Voz do Brasil" no horário das 19h

A flexibilização da veiculação do horário do programa entre as 19h e as 22h está proposta no Projeto de Lei (PLC) 109/2006, que já foi aprovado pela Câmara


	Microfone de rádio: segundo pesquisa encomendada em 2010 pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 50,9% das pessoas que concordam com a obrigatoriedade do programa preferem o horário de 19h.
 (Dreamstime)

Microfone de rádio: segundo pesquisa encomendada em 2010 pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 50,9% das pessoas que concordam com a obrigatoriedade do programa preferem o horário de 19h. (Dreamstime)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília – A manutenção do programa A Voz do Brasil às 19h, horário de Brasília, foi defendida por várias entidades da sociedade civil organizada que participaram nesta segunda-feira (20) de uma audiência pública na Comissão de Diretos Humanos (CDH) do Senado sobre o tema.

A flexibilização da veiculação do horário do programa entre as 19h e as 22h está proposta no Projeto de Lei (PLC) 109/2006, que já foi aprovado pela Câmara. No Senado, a proposta também foi aprovada, mas como alterou o texto original, voltou para análise dos deputados.

Declaradamente contrária a qualquer mudança de horário do programa, a presidenta da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), disse que a proposta é “uma forma disfarçada de relegar ao segundo plano A Voz do Brasil”.

Já o representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, José Sóter, disse que o horário do programa já é um hábito cultural e que a manutenção do costume é fundamental para não se perder os 39% de audiência que o programa hoje tem entre os brasileiros, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do país.

Também a favor da manutenção do horário, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Jonas Valente, destacou o alcance do programa em todos os municípios brasileiros, especialmente nas áreas rurais, onde o acesso à informação por comunidades carentes é mais difícil.


Segundo ele, a questão do horário não pode ser vista como uma questão menor, já que a exibição em horário mais avançado excluiria da audiência os trabalhadores do campo, que acordam ainda de madrugada para trabalhar e que, por isso, dormem mais cedo. “Jogar o A Voz do Brasil para as 10 horas [da noite] é inviabilizar a fruição” destacou.

Apesar de dizer que a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), não é contra a obrigatoriedade de exibição de A Voz do Brasil, o conselheiro da entidade, Alexandre Jobim, foi o único a defender a flexibilização do horário do programa.

Sob o argumento de queda na audiência e prejuízos que as emissoras têm ao ter de interromper a programação para transmitir A Voz do Brasil, a Abert defendeu que as rádios possam escolher um horário entre as 19h e as 22h.

No dia 22 de julho, A Voz do Brasil completa 78 anos no ar. Segundo pesquisa encomendada em 2010 pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 50,9% das pessoas que concordam com a obrigatoriedade do programa preferem o horário de 19h. A pesquisa levou em conta uma amostra de 12 mil domicílios brasileiros.

O programa A Voz do Brasil tem uma hora de duração. Os primeiros 25 minutos são produzidos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e levam aos cidadãos as notícias sobre o Poder Executivo. Os 35 minutos restantes são divididos entre os Poderes Judiciário e Legislativo, que se responsabilizam pela produção do respectivo noticiário.

De acordo com o texto aprovado no plenário do Senado, A Voz do Brasil poderá ser transmitida pelas emissoras comerciais entre as 19h e 22h. Elas, contudo, estão obrigadas a fazer chamadas para o programa no horário das 19h.

As rádios educativas e públicas continuam obrigadas a transmitir A Voz do Brasil às 19h. No caso das rádios públicas, elas podem alterar o horário de transmissão, até as 22h, quando estiverem transmitindo sessões plenárias dos órgãos aos quais pertencem. O Poder Executivo ainda poderá regulamentar a dispensa total de as rádios colocarem o programa no ar em casos excepcionais, como a transmissão da Copa do Mundo de Futebol.

Acompanhe tudo sobre:ComunicaçãoPolíticaPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU

Dilma Rousseff é internada em Xangai após mal-estar