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Especialistas defendem maior pressão dos mercados sobre governos em matéria climática

Cidades próximas ao nível do mar poderão ficar inabitáveis nos próximos anos, se aquecimento global persistir

Equipes de resgate trabalham para ajudar vítimas em enchentes na Coreia do Sul (AFP)

Equipes de resgate trabalham para ajudar vítimas em enchentes na Coreia do Sul (AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 14h26.

Especialistas em políticas públicas defenderam que é necessária uma maior pressão do mercado sobre os governos para que estes se interessem mais pela questão climática, durante o III Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela Agência EFE em São Paulo.

Para os representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do WWF e do Observatório do Clima, alguns governos, como é o caso do atual dos Estados Unidos, parecem atender mais às questões do mercado do que à agenda climática, por isso é importante que os atores financeiros exerçam um papel fundamental na tomada de decisões para obter uma economia mais sustentável.

O representante residente do PNUD no Brasil, Claudio Providas, destacou que o fato de que a altitude em cidades importantes esteja quase no nível do mar fará com que em alguns anos elas se tornem inabitáveis.

Como exemplo, ele citou Miami, nos EUA, onde "um aumento de 10 ou 20 centímetros no nível do mar poderia destruir muitos dos condomínios de luxo" ou, no mínimo, obrigar os moradores a se mudarem para "o segundo andar".

Diante disso, ele ressaltou que "há evidências" de que pode existir uma "nova economia verde que responda aos interesses de todos".

Por isso, Providas defendeu a necessidade de manter um multilateralismo ativo e citou a próxima Conferência sobre as Mudanças Climáticas da ONU (COP30), que será realizada em novembro em Belém (PA), como uma oportunidade para novas soluções.

Nesse sentido, o ex-ministro peruano Manuel Pulgar-Vidal, líder global de clima e energia do WWF Internacional, concordou que a economia já está dando mostras de que o processo em direção à sustentabilidade é "irreversível".

Diferenças ao falar sobre clima na Europa e na América Latina

Por outro lado, Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, a principal rede de organizações da sociedade civil dedicadas ao cuidado do meio ambiente do Brasil, afirmou que, em termos políticos, é diferente "falar sobre clima" na América Latina e na Europa.

No caso da América Latina, a opinião pública considera que o clima é um problema. No entanto, ele nem sempre é priorizado na hora de destinar orçamentos públicos.

"Existem questões sociais de sobrevivência em certos países (da América Latina) que fazem com que o tema (climático) ainda não chegue ao mesmo nível de prioridade em termos de política pública que em países desenvolvidos", opinou o especialista.

Ele detalhou que, assim como as necessidades são diferentes, as consequências dos eventos climáticos nas distintas regiões também impactam de forma diferente.

"Quando discutimos, estamos discutindo um tema comum. A mudança climática vai afetar todos os países, mas as consequências desses eventos extremos são absolutamente diferentes", alertou.

Ele citou o caso do governo da França, que recentemente elaborou um plano de contingência para o aumento da temperatura da Terra.

Em seu relatório, a França "considerou um aquecimento de até quatro graus" e, em outros países, "um aumento de até quatro graus não tem adaptação possível".

Os desafios em direção a uma economia verde foram os principais temas abordados durante o III Fórum Latino-Americano, que contou com o patrocínio de ApexBrasil, Norte Energia e Lots Group, além do apoio de Imaflora, Observatório do Clima e IBMEC.

Acompanhe tudo sobre:COP30Mudanças climáticas

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