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'Eu creio que esse compromisso vai ser honrado', diz Haddad sobre compensação da isenção do IR

Ministro da Fazenda afirmou que proposta foi elogiada por economistas, mas enfrenta resistência por partidos do Centrão e oposição

Agência o Globo
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Publicado em 27 de agosto de 2025 às 12h01.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira que o “compromisso” com a reforma do Imposto de Renda seja “honrado” pelo Congresso, mesmo diante da pressão de parte do Centrão e da oposição para desidratar o texto retirando medidas de compensação.

A proposta, que amplia a faixa de isenção do IR para R$ 5 mil por mês, é uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e visa beneficiar trabalhadores de baixa e média renda.

"Nós fizemos um entendimento com os líderes de que a reforma da renda, a isenção, tinha que ter compensação para que, do ponto de vista fiscal, ela fosse neutra. Eu creio e tenho ouvido declarações do presidente Hugo Motta de que esse compromisso vai ser honrado", disse Haddad, durante entrevista ao UOL.

Em declaração nesta manhã, Motta afirmou que o texto deve ser mantido em plenário com as compensações previstas.

Atualmente, a isenção do IR abrange quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036). O projeto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), também prevê um desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para garantir a neutralidade fiscal da medida, o governo propôs a criação de um IR mínimo para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês, com alíquotas progressivas que chegam a 10% para rendas superiores a R$ 1,2 milhão ao ano.

O texto, segundo Haddad, recebeu elogios de economistas, mas enfrenta resistência de partidos do Centrão e da oposição, que argumentam que as medidas compensatórias aumentam a carga tributária sobre setores estratégicos da economia. O ministro defendeu que o projeto é uma “vitória para o país” e alertou que o debate no Congresso exigirá articulação e diálogo com a opinião pública.

"Já disse e repito, há partidos que vivem dessa proximidade com essa elite brasileira e os lobbies vão atuar no Congresso Nacional, ninguém aqui é ingênuo de imaginar que vai ser um passeio. Mas nós vamos fazer um debate junto à opinião pública e eu penso que hoje a opinião pública está muito aderente a esse projeto", afirmou.

A articulação do governo envolve um cronograma conjunto entre Câmara e Senado, costurado com os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, com o objetivo de aprovar a proposta até o fim de setembro.

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