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Exército abre consulta para comprar drones capazes de disparar mísseis, bombas ou granadas

Veículos aéreos devem ter também capacidade de interferir em sistemas de comunicações

Exército brasileiro (Rafaela Biazi/Unsplash)

Exército brasileiro (Rafaela Biazi/Unsplash)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de março de 2025 às 17h02.

O Exército brasileiro abriu na última quarta-feira uma consulta pública para buscar no mercado nacional e internacional drones aéreos com capacidade ofensiva. O edital destaca que os equipamentos devem ter capacidade para dispararem "míssil ou foguete guiado por laser ou imagem com alcance mínimo de 4 mil metros e lançamento de bombas ou granadas não guiadas".

O objetivo do Exército é adquirir três aeronaves do tipo. Os drones devem também ser capazes de aguentar temperaturas que variem entre -10°C e 50°C, além de alcance mínimo de 300km e capacidade de sobrevoar uma área de interesse por 48 horas.

Os drones devem conseguir transportar 4 foguetes ou 2 mísseis guiados e voar até 5,4 mil metros de altura. Outra característica citada pelo Exército é a capacidade de executar interferência eletromagnética em sistemas de comunicações a uma distância mínima de 10km da plataforma de voo.

O edital foi aberto nesta quarta-feira e vai até 4 de agosto.

Nauru-1000C

Caso sejam adquiridos, esses não devem ser os únicos drones armados do Exército brasileiro. As Forças Armadas planejam equipar com mísseis aeronaves Nauru, fabricados pela empresa XMOBOTS. No final de maio do ano passado, 21 militares concluíram o treinamento de nove meses para pilotar as aeronaves.

O Nauru foi desenvolvido sob encomenda para o Exército e deverá ser usado em ações de vigilância e defesa nas áreas de fronteira brasileira. A expectativa é que até 2027 esses drones já sejam capazes de operar com armamentos.

O sistema entregue aos militares brasileiros conta com três aeronaves Nauru que são pilotadas de uma base móvel em solo, montada dentro de um contêiner. Com peso máximo de decolagem de 150kg, esses drones tem autonomia de até 10 horas de voo e são movidos a propulsão híbrida (combustão e eletricidade). Uma aeronave Nauru tem 7,7 metros de envergadura e 2,9 metros de comprimento e pode atingir uma velocidade de até 110 km/h.

Em maio de 2022, a XMOBOTS e a MBDA, fabricante europeia de mísseis, assinaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento da versão armada do Nauru. O drone deverá ser equipado com mísseis Enforcer, descrito como um "sistema de armas leves guiadas de nova geração". Pesando cerca de 7kg, esses mísseis tem capacidade de derrotar "alvos leves" e "ligeiramente blindados", o que inclui veículos em movimento.

O primeiro drone Nauru foi entregue ao Exército brasileiro em uma cerimônia no hangar do 2º Batalhão de Aviação do Exército, em Taubaté (SP). No evento, o então comandante militar do Sudeste e atual Comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, comemorou a incorporação do equipamento.

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