Brasil

Fachin é eleito novo presidente do STF e assume cargo em setembro

Indicado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, Fachin presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, liderando a frente contra o voto impresso e o combate às notícias falsas

Edson Fachin: ministro toma posse da presidência do STF em setembro e substituirá Luís Roberto Barroso à frente do tribunal (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Edson Fachin: ministro toma posse da presidência do STF em setembro e substituirá Luís Roberto Barroso à frente do tribunal (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 10h00.

O Supremo Tribunal Federal (STF) elege nesta quarta-feira, 13, o ministro Edson Fachin para ser o novo presidente da Corte. A eleição, realizada entre os 11 integrantes do STF, é uma formalidade, já que a tradição é apontar o ministro mais antigo que ainda não tenha presidido o tribunal. Fachin substituirá Luís Roberto Barroso à frente do tribunal.

Fachin tomará posse no dia 29 de setembro e assumirá a presidência do STF pelos próximos dois anos, até 2027. O ministro estará à frente da Corte durante as próximas eleições presidenciais. A votação simbólica de hoje também deverá confirmar a escolha de Alexandre de Moraes como vice-presidente do STF.

A eleição para o cargo mais alto do STF, assim como para o vice, ocorre de forma simbólica por meio de voto secreto entre os membros do tribunal, conforme prevê o regimento interno. Apesar de ser considerado um ministro de perfil técnico e menos afeito a declarações públicas, espera-se que Fachin mantenha uma postura de defesa institucional diante de ataques ao Judiciário, especialmente no contexto eleitoral, visto que ele estará à frente do STF durante as próximas eleições de 2026.

Histórico de Fachin e Declarações

Indicado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, Fachin presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e liderou a frente contra a pauta bolsonarista do voto impresso. Ele também foi responsável por iniciar os trabalhos de combate às notícias falsas no tribunal.

Na terça-feira, durante evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Fachin condenou as tentativas de erosão democrática e defendeu a necessidade de reforçar a proteção aos direitos humanos na América Latina. Em seu discurso, ele afirmou:

“Vivemos tempos de apreensão, com tentativas de erosão democrática e ataques à independência judicial na América. É aí que se situam essas tentativas de enfraquecimento da convenção e das decisões da Corte Interamericana”.

Ele também destacou que o Brasil tem o dever de cumprir os tratados internacionais dos quais é signatário, principalmente no campo dos direitos humanos.

Mudanças no STF

Na dança das cadeiras do STF, outra mudança relevante é a ida de Barroso para a Segunda Turma. O ministro passará a ocupar a cadeira de Fachin no colegiado responsável por julgar os casos remanescentes da Lava-Jato. Entre os integrantes da Segunda Turma está Gilmar Mendes, com quem Barroso já teve desavenças públicas.

Antes de se tornar presidente, Barroso fazia parte da Primeira Turma, que hoje julga a trama golpista. Sua volta à Primeira Turma só seria possível caso algum ministro da turma (como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino ou Luiz Fux) quisesse trocar de grupo, o que, segundo um magistrado, é uma hipótese “praticamente inexistente”.

 

Acompanhe tudo sobre:Edson FachinSupremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes

Mais de Brasil

Comissão mista do Congresso analisa medida provisória sobre tributação de LCI e LCA

CAE do Senado deve votar projeto que define o limite da dívida consolidada da União nesta terça, 30

Lula veta mudanças na Lei da Ficha Limpa que reduziam tempo de inelegibilidade

Governo de SP investiga venda de bebidas adulteradas em bares na Mooca e no Jardins