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Fim da escala 6x1: Alckmin defende redução da jornada de trabalho e debate no congresso

Vice-presidente aponta tendência mundial de redução de jornada e reforça apoio à mudança no modelo de trabalho no Brasil

Agência o Globo
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Publicado em 6 de maio de 2025 às 14h22.

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, defendeu nesta terça-feira, 6, o debate sobre o fim da escala 6x1, afirmando que há uma “tendência mundial” de redução da jornada de trabalho.

Alckmin reforçou a posição manifestada durante a COP 29, no Azerbaijão, em novembro de 2024. Segundo ele, o avanço da tecnologia permite que a sociedade debata o fim da jornada de trabalho com seis dias de trabalho e um dia de descanso semanal.

“Estava representando o presidente Lula na COP 29 quando veio a pergunta sobre isso. Eu respondi e quero reiterar aqui: há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada de trabalho. Isso é uma tendência mundial, porque, cada vez mais, com a tecnologia, é possível fazer mais com menos gente”, opinou o vice-presidente.

A declaração de Alckmin aconteceu durante sua participação em um almoço com representantes da Frente Parlamentar Empresarial (FPE), em Brasília.

O debate sobre a jornada de trabalho

Para o vice-presidente, o debate sobre a redução da jornada de trabalho deve acontecer com a participação do Congresso Nacional e dos sindicatos de trabalhadores. “Em algumas alas da indústria, a escala já não é mais 6x1. Esse é um debate que, na minha opinião, o Congresso deve discutir, com a participação dos sindicatos, que devem analisar quais setores devem avançar mais ou menos”, afirmou.

A posição do governo

A discussão sobre o fim da escala 6x1 está travada na Câmara dos Deputados. Na última quarta-feira, 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar o tema e afirmou que se empenhará para que o assunto seja debatido na sociedade. “Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho, vigente no país, onde o trabalhador passa seis dias no serviço e tem apenas um de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras”, declarou o presidente em pronunciamento nas redes de televisão e rádio.

Prioridade política para o governo

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo, disse neste domingo, 4 de maio, que a redução da jornada de trabalho será “uma de nossas prioridades junto ao Congresso Nacional”. “O debate sobre o fim da escala 6x1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto às comissões pertinentes, para envolvermos a sociedade e todos os setores abrangidos pelo tema. Queremos ouvir a todos(as)! Com diálogo e decisão política, é possível avançar sim. Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores(as) é o que precisamos promover”, escreveu Hoffmann.

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