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Fórum Empresarial do Brics: Lula defende comércio multilateral dos países emergentes

Evento antecede a cúpula de chefes de Estado, marcada para domingo e segunda-feira

Lula: defesa da descarbonização da economia durante o Fórum Empresarial do Brics (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula: defesa da descarbonização da economia durante o Fórum Empresarial do Brics (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2025 às 11h35.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a abertura do fórum empresarial do Brics, no Rio, para reforçar o tradicional discurso em prol do multilateralismo, além de tecer elogios aos empresários. O encontro antecede a cúpula de chefes de Estado do bloco, marcada para domingo e segunda-feira.

"Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes promover um regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional", afirmou. "Os empreendedores aqui reunidos compõem um eixo dinâmico da economia internacional. Em 2024, enquanto o mundo cresceu 3,3%, registramos um crescimento médio de 4% nos países do Brics".

Depois da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o mundo passou a viver um clima de guerra comercial, com tarifas mais altas e embates diplomáticos entre grandes potências. Entre elas, a China, que integra o Brics.

Ao longo deste sábado, o fórum empresarial vai discutir temas como comércio, segurança alimentar, transição energética, descarbonização, desenvolvimento de habilidades e economia digital, segundo a programação.

"É importante que os eventos dos chefes de estado sejam compartilhados com outros segmentos da sociedade, sejam da sociedade civil ou setores empresariais. Nós abrimos portas, mas quem sabe fazer negócios são os empresários", disse Lula.

Ao empresariado internacional, o petista defendeu ainda a descarbonização da economia e uma resposta multilateral às demandas envolvendo a proliferação da inteligência artificial.

O encontro é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que coordena grupos de engajamento do setor privado dos países integrantes do Brics durante a presidência brasileira do bloco. De autoridades, além de Lula, participaram da abertura do fórum o vice-presidente Geraldo Alckmin e o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim.

A cúpula marcada para domingo e segunda ocorre num contexto esvaziado, dado que o presidente chinês, Xi Jinping, não comparecerá — a China é a maior economia do Brics. O presidente russo, Vladimir Putin, também não viajou, já que tem contra ele um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Ainda neste sábado, Lula vai ter encontros bilaterais no Forte de Copacabana com representantes de cinco países: Etiópia, Vietnã, Nigéria, Emirados Árabes Unidos e China.

No domingo, os trabalhos da cúpula começam às 9h30, com a chegada dos chefes de Estado. Depois de sessões de discussão temáticas, o último compromisso das delegações é um jantar de recepção oferecido pela Presidência da República, às 20h. Tudo será no Museu de Arte Moderna do Rio, o MAM.

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