Brasil

Fux diz que CPI pode decidir se silêncio de depoente é abusivo

Ou seja, pela decisão de Fux, Aziz deverá avaliar se a CPI deve tomar medidas como pedir prisão da depoente ou solicitar abertura de algum processo de investigação a órgãos competentes

Na prática, o depoente pode ficar em silêncio se considerar que determinada pergunta fere o direito de não se autoincriminar (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Na prática, o depoente pode ficar em silêncio se considerar que determinada pergunta fere o direito de não se autoincriminar (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 13 de julho de 2021 às 18h36.

Última atualização em 13 de julho de 2021 às 18h41.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux decidiu nesta terça-feira, 13, que cabe à CPI da Covid definir as medidas que serão tomadas caso o depoente abuse do direito de ficar em silêncio. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-BA), provocou o Supremo após a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, se recusar a responder perguntas em depoimento mais cedo.

A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades.  Aprenda a investir com a EXAME Academy

Ou seja, pela decisão de Fux, Aziz deverá avaliar se a CPI deve tomar medidas como pedir prisão da depoente ou solicitar abertura de algum processo de investigação a órgãos competentes. Mas, segundo o ministro, cabe ao depoente e à defesa a avaliar se alguma pergunta feita na comissão atinge o direito de não se autoincriminar — que fica preservado, no caso de Medrades, por ela ser investigada.

Na prática, o depoente pode ficar em silêncio se considerar que determinada pergunta fere o direito de não se autoincriminar. Mas Aziz pode considerar que a pergunta em questão não se encaixa nessa prerrogativa e que o depoente está, portanto, abusando do direito previsto no habeas corpus concedido por Fux.

“Às Comissões de Parlamentares de Inquérito, como autoridades investidas de poderes judiciais, recai o poder-dever de analisar, à luz de cada caso concreto, a ocorrência de alegado abuso do exercício do direito de não-incriminação”, diz a decisão de Fux. “Se assim entender configurada a hipótese, dispõe a CPI de autoridade para a adoção fundamentada das providências legais cabíveis.”

Entenda como as decisões do Planalto, da Câmara e do Senado afetam seus investimentos.Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:CovaxinCPI da CovidLuiz FuxSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil