Brasil

Garoto muda versão sobre morte de menino de 10 anos em SP

Em novo depoimento, ele disse que não houve confronto com a polícia; vídeos de câmeras de segurança mostram o carro parado e um policial se aproximando


	Violência: garoto disse que não houve confronto com policiais
 (Thinckstock)

Violência: garoto disse que não houve confronto com policiais (Thinckstock)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2016 às 19h37.

São Paulo — O garoto que estava junto com o menino de 10 anos morto pela Polícia Militar na última quinta-feira (2) mudou a sua versão sobre os fatos do ocorrido. Em novo depoimento feito na noite desta sexta-feira (3), ele agora disse que não houve confronto com a polícia, e que três disparos foram feitos com o carro em movimento, e nenhum depois de o carro ter parado, durante a abordagem da polícia.

No novo depoimento, o garoto diz que o tiro que matou o menino de 10 foi disparado por um policial da Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas (Rocam) imediatamente após de o carro ter colidido e parar. Disse ainda que o mesmo policial que atirou o deitou no chão e deu um tapa no seu rosto. Segundo o relato do jovem, os policiais disseram ainda que seria morto caso não tivesse pai e mãe.

Segundo advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Direitos Humanos, a ação pode ser considerada uma execução, de acordo com o relato da criança no depoimento. “O principal é que não houve confronto no desfecho, no momento que o carro parou”, disse Ariel, que acompanhou o segundo depoimento.

De acordo com nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a criança morta e a outra, de 11 anos, teriam furtado um carro dentro da garagem de um condomínio na região do Morumbi. Policiais perceberam a ação e saíram em perseguição ao veículo, um Daihatsu Terios.

Pela versão policial, o menino foi baleado em confronto após ter atirado três vezes contra os policiais com uma arma calibre 38. Os primeiros dois tiros foram dados com o veículo ainda em movimento, antes de o carro bater contra um ônibus e, depois, contra um caminhão que estava estacionado, até perder o controle. Um terceiro tiro teria sido disparado pelo menor após as colisões. Vídeos de câmeras de segurança mostram o carro parado, desgovernado, e um policial se aproximando do veículo e atirando.

O garoto sobrevivente prestou dois depoimentos à polícia. No primeiro, acompanhado apenas pela mãe, ele disse que o outro menino atirou duas vezes contra os policiais e que, depois da batida do carro, disparou novamente, pouco antes de ser baleado e morto.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMetrópoles globaisSão Paulo capitalViolência policial

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto que cria novos cargos comissionados no STJ

Câmara aprova urgência da proposta que amplia punições para quem obstruir trabalhos na Casa

Lula altera texto das big techs, prevê remoção de ofensas com ordem judicial e recua sobre fake news

Pazolini lidera cenários para governo do Espírito Santo em 2026, diz Paraná Pesquisas