Brasil

Gastos de transporte urbano somam 15% da renda familiar

Os dados utilizados no estudo têm como base as duas últimas edições da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2003 e de 2009


	Motocicletas no trânsito: a ideia é ampliar, por exemplo, as tarifas de cobrança em estacionamentos e pedágios urbanos e melhorar a qualidade do transporte público
 (Marcelo Camargo/ABr)

Motocicletas no trânsito: a ideia é ampliar, por exemplo, as tarifas de cobrança em estacionamentos e pedágios urbanos e melhorar a qualidade do transporte público (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 13h24.

Brasília – Moradores das nove maiores regiões metropolitanas brasileiras comprometem cerca de 15% da renda com transporte urbano. O gasto é, em média, cinco vezes maior em transporte privado do que em transporte público. A conclusão está no estudo divulgado hoje (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento traçou o perfil do gasto de famílias residentes em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, no Recife, em Fortaleza, Salvador e em Belém. Os dados utilizados no estudo têm como base as duas últimas edições da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2003 e de 2009, e refletem o custo com deslocamentos diários urbanos ou metropolitanos.

De acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Carlos Henrique de Carvalho, o gasto com transporte privado em cidades do interior do país chega a ser nove vezes maior, indicando grande dependência do transporte público entre famílias de menor renda.

Ele lembrou que, a partir de 2003, o país registrou melhorias em praticamente todas as faixas de renda. “Mas grande parte desse aumento de renda é canalizada para o transporte privado, principalmente para a compra de automóveis e motocicletas, o que aumenta a degradação das condições de trânsito nos deslocamento cotidianos”, disse.

Para Carvalho, o governo brasileiro precisa adotar políticas de mobilidade urbana baseadas no modelo europeu, que não cria restrições para a compra de veículos, mas estimula o uso racional de automóveis e motocicletas. A ideia é ampliar, por exemplo, as tarifas de cobrança em estacionamentos e pedágios urbanos e melhorar a qualidade do transporte público. “Assim, a pessoa pode deixar o carro na garagem ou em uma estação de metrô mais próxima”, explicou.

O técnico ressaltou que a atual política brasileira está voltada para o estímulo à compra e ao uso o transporte individual por meio de medidas como o barateamento da gasolina e do preço dos veículos em relação à inflação. “Ao mesmo tempo, as tarifas de ônibus aumentaram acima da inflação. Por isso, as condições de mobilidade vão piorando, porque as pessoas tendem a usar cada vez mais o transporte individual”, concluiu.

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