Agência de notícias
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 12h45.
Última atualização em 12 de agosto de 2025 às 13h39.
Em um recado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira em postagem nas redes sociais que a China, maior parceiro comercial do país, nunca interferiu nas questões internas do Brasil. Gleisi comentava a ligação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de segunda-feira para o presidente chinês Xi Jinping.
"O telefonema do presidente Lula ao presidente da China, Xi Jinping, é a prova de que dois grandes países podem manter uma relação equilibrada e de mútuo respeito, em benefício de todos. China se tornou, nas últimas décadas, o maior parceiro comercial do Brasil e uma fonte de investimentos importantes e estratégicos em nosso país", afirmou Gleisi, acrescentando:
"Nunca houve imposições ou interferências em assuntos internos de cada parte nessa relação. Ao contrário: Brasil e China trabalham juntos pelo respeito ao multilateralismo para 'construir juntos um mundo mais justo e um planeta mais sustentável', como ressaltou Xi Jinping no telefonema. Esse é o espírito do Brics e de outras iniciativas multilateralistas tão necessárias no mundo de hoje".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou na noite dessa segunda-feira ao líder chinês Xi Jinping. O telefonema durou cerca de 1 hora e ocorreu um dia após o presidente americano, Donald Trump, dizer esperar que a China quadriplique a quantidade de soja que compra dos Estados Unidos. O país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil e a soja é o principal produto da pauta de exportação brasileira à China.
Os dois líderes "trocaram impressões sobre a atual conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia", segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto. Ambos concordaram sobre o papel do G20 e do Brics na defesa do multilateralismo.
"O presidente Lula reiterou a importância que a China terá para o sucesso da COP30 e no combate à mudança do clima. O presidente Xi indicou que a China estará representada em Belém por delegação de alto nível e que vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência", prossegue a nota.
Os chefes de Estado também conversaram sobre as relações bilaterais entre os dois países e "comprometeram-se a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites. Lula e Xi também manifestaram disposição em "identificar novas oportunidades de negócios entre as duas economias".