Brasil

Goldfajn pede aprovação de reformas para manter inflação controlada

Sobre a conjuntura econômica atual, presidente do Banco Central destacou que o Brasil passa por uma recuperação consistente da economia

Ilan Goldfajn: "Mas, ainda com o cenário benigno é o tempo de fazer as reformas necessárias" (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn: "Mas, ainda com o cenário benigno é o tempo de fazer as reformas necessárias" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de abril de 2018 às 16h40.

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Ilan Goldfajn, defendeu, nesta sexta-feira (27), a aprovação de reformas para manter o atual cenário de inflação controlada no país - atualmente, o índice oficial de preços está em 2,68% e a taxa básica de juros da economia (Selic), em 6,5%.

"Temos que fazer nosso dever de casa, as reformas, aprovar a reforma da Previdência, colocar as contas públicas em ordem, manter a inflação baixa, o juro baixo, trabalhar para manter as contas públicas baixas", afirmou Goldfajn, em palestra sobre o papel do Banco Central na economia brasileira".

Ele falou em São Paulo para uma plateia formada por universitários do Ibmec e de convidados. No evento, Goldfaj abordou temas como como a política monetária, a regulação e a supervisão financeira e o papel do Comitê de Política Monetária (Copom).

Para Goldfajn, que preside o Banco Central desde junho de 2016, o comportamento atual do câmbio reflete os fundamentos da economia internacional e da doméstica. Quando há poucas pessoas querendo investir no país, é natural que o dólar suba, disse ele. "Se os juros estão subindo nos Estados Unidos, e os juros lá já estão subindo, o câmbio reflete isso."

Para Goldfajn, o câmbio precisa ser flutuante para equilibrar a economia. "Estamos aí só para evitar possíveis desvios", afirmou.

O presidente do BC ressaltou que só Cingapura usa o câmbio para controlar a inflação. "No resto do mundo e no Brasil, usa-se juro para controlar a inflação e deixa-se o câmbio flutuar."

Sobre a conjuntura econômica atual, Goldfajn destacou que o Brasil passa por uma recuperação consistente da economia. "Agora estamos discutindo se a economia cresce 2,5% ou 3%. Na verdade, o cenário internacional nos ajudou nos últimos anos; a economia global cresceu, ou seja, quase todos os países conseguiram se recuperar. O mundo todo deve crescer em média quase 4%, segundo o FMI [Fundo Monetário Internacional]".

Goldfajn afirmou que o avanço internacional, hoje, pode ser considerado benigno, mas ressaltou que não é possível contar com essa situação permanentemente "mas, ainda com o cenário benigno é o tempo de fazer as reformas necessárias."

Para o presidente do Banco Central, houve avanços significativos na agenda do país. "Se conseguirmos continuar com as reformas, vamos poder consolidar a inflação baixa, consolidar os juros baixos, a Selic, e esses juros baixos, ao longo tempo, vão se espalhar para os outros rumos da economia. Vamos sustentar a recuperação da economia e voltar a crescer."

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralIlan Goldfajnreformas

Mais de Brasil

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil

Feriado prolongado deve atrair 2,4 milhões de turistas para São Paulo

Novo equipamento para monitorar trânsito chama atenção de motoristas

Bolsonaro segue em UTI cinco dias após cirurgia e tem 'boa evolução clínica', diz boletim médico