Armas: governo lancará projeto para combate ao tráfico de drogas (Gabinete de Intervenção Federal/Reprodução)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de novembro de 2025 às 06h00.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja lançar nas próximas semanas um programa contra o tráfico de armas e um projeto de retomada territorial no Rio Grande do Norte, em uma parceria com forças estaduais.
As informações foram reveladas pelo Mario Sarubbo, Secretário Nacional de Segurança Pública, em entrevista exclusiva à EXAME.
Batizado de Renarme, o programa estava previsto para ser lançado apenas em 2026, mas com a megaoperação do Rio de Janeiro e a discussão de segurança no embate político, a gestão petista busca apresentar uma nova resposta para além do projeto antifacção e a PEC da Segurança Pública.
"Estamos trabalhando em várias frentes. Estamos preparando o lançamento da Rede Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Armas e Explosivos e devemos lançar esse projeto em breve", diz.
A ideia é otimizar os resultados no combate ao tráfico de armas e munições com a criação de delegacias especializadas de armas em todos os estados e ampliação da cooperação interinstitucional. O foco da medida será a investigação sobre o tráfico de armas e munições de grosso calibre.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o Brasil teve em 2025 79 mil apreensões de armas de fogo, alta de 2.34% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Sarubbo, o governo anunciará resultados do projeto-piloto de retomada territorial no Rio Grande do Norte. A previsão é que as informações sejam divulgadas a partir de dezembro.
A medida é uma parceira entre a Universidade de São Paulo (USP), a União e o estado, governado por uma aliada, Fátima Bezerra (PT).
A intervenção começou em março, com entrada da força policial em áreas dominadas por facções. Ao mesmo tempo, o Estado leva as regiões serviços públicos, como Defensoria, mediação de conflitos, iluminação, urbanismo e serviços de saúde e educação.
O secretário diz que o governo também deve inaugurar um Centro Integrado de Segurança Pública e Proteção Ambiental (CISPA) em Cruzeiro do Sul, no Acre, até o final do ano.
"Esses centros integrarão diferentes forças de segurança para atuar nas regiões de fronteira e melhorar o sistema de inteligência. Estamos também trabalhando na integração de informações entre estados e com a Polícia Federal para otimizar as operações", afirma.