Brasil

Governo de SP publica edital e marca para 19 de abril leilão de privatização da Emae

Na data do leilão, haverá a sessão pública de abertura de envelopes dos proponentes com a proposta de preço e a classificação dos lances

Caso existam ofertas com valores iguais ou até 20% inferiores ao da maior proposta, haverá disputa "viva-voz" (Emae/Divulgação)

Caso existam ofertas com valores iguais ou até 20% inferiores ao da maior proposta, haverá disputa "viva-voz" (Emae/Divulgação)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 18 de março de 2024 às 16h48.

O governo de São Paulo marcou para 19 de abril o leilão de privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), na B3, em São Paulo. A operação deve movimentar ao menos R$ 780 milhões.

A data consta em edital publicado nesta segunda-feira, 18, no site da Secretaria de Parcerias e Investimentos (https://www.parceriaseminvestimentos.sp.gov.br/) e corresponde a uma leve postergação em relação à data que o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) vinha indicando nas últimas semanas, de 10 de abril.

Na data do leilão, haverá a sessão pública de abertura de envelopes dos proponentes com a proposta de preço e a classificação dos lances. Caso existam ofertas com valores iguais ou até 20% inferiores ao da maior proposta, haverá disputa "viva-voz".

Preparativos para o leilão

Dias antes do certame, em 15 de abril, será feita a sessão pública de recebimento dos envelopes de credenciamento, garantia de proposta, proposta de preço, e documentos de habilitação. Neste mesmo dia, serão abertos os dois primeiros envelopes, de forma que no dia 18 de abril, véspera do leilão, haverá a divulgação de decisão sobre eventual não aceitação de documentos de algum proponente.

Estão sendo ofertadas 14.755.255 ações de emissão da Emae, sendo 14.704.274 ações ordinárias de classe única e 50.981 ações preferenciais de classe única, atualmente detidas pelo Estado de São Paulo e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que correspondem a cerca de 40% do capital total da companhia.

Conforme o edital, o preço mínimo do leilão, para o lote único das ações, foi definido em R$ 52,85 por ação. Com isso, ao preço mínimo, a venda envolve R$ 779,815 milhões. Leva a empresa que oferecer o maior valor unitário por ação.

O preço final será devidamente atualizado pela variação da taxa Selic entre a data da abertura da sessão pública do leilão e a data da liquidação do leilão, que está previsto para 5 de julho, após a conclusão de todas as aprovações e trâmites necessários.

Oferta aos empregados

Além do leilão, o edital também prevê, após a liquidação da venda, uma oferta das ações da Emae aos empregados, correspondente a 3.694.708 ações ordinárias de propriedade do Estado de São Paulo, que correspondem a 10% do capital social total da empresa. Essa oferta também ocorrerá ao preço de R$ 52 85/ação. As ações não adquiridas nessa operação serão obrigatoriamente adquiridas pelo novo controlador.

A Emae opera cinco usinas, que somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada. A maior parte dessa potência vem da usina hidrelétrica (UHE) Henry Borden, em Cubatão (SP), com 889 MW, e que tem contrato de concessão até janeiro de 2043.

A estatal paulista obteve receita operacional líquida de R$ 603 3 milhões ao longo de 2023 e anotou lucro líquido de R$ 150,5 milhões.

Principais interessados

Conforme apurou a Coluna do Broadcast, entre os potenciais interessados pela Emae estão empresas como a Âmbar, empresa de energia do Grupo J&F, a francesa EDF, a geradora Auren, a CPFL e a chinesa CTG.

Há grupos avaliando a companhia há mais de seis meses e alguns deles já fizeram visitas técnicas na Emae, de acordo com fontes.

Desestatização prevista desde a década de 1990

A desestatização da Emae está prevista desde a década de 1990 e a sua concretização encerrará o processo de saída do governo paulista do setor de geração de energia.

Ativos que hoje pertencem à AES Brasil e à Auren Energia compunham a Cesp, estatal que foi cindida em três e privatizada nos anos 1990.

Acompanhe tudo sobre:Estado de São PauloTarcísio Gomes de FreitasPrivatização

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil