Brasil

Governo do Amazonas identifica 8 lideranças da Família do Norte

Os suspeitos seriam responsáveis por comandar a rebelião que resultou em 60 mortes em duas unidades de Manaus

Complexo Penitenciário Anísio Jobim: solicitação de transferência será encaminhada ao Ministério da Justiça (Reuters)

Complexo Penitenciário Anísio Jobim: solicitação de transferência será encaminhada ao Ministério da Justiça (Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 14h24.

Manaus - O governo do Amazonas identificou e pedirá a transferência de oito lideranças da facção criminosa Família do Norte (FDN) para presídios federais.

A solicitação será encaminhada ao Ministério da Justiça, que analisará o pedido. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Os suspeitos seriam responsáveis por comandar a rebelião que resultou em 60 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), em Manaus.

Apontada como responsável pelo massacre, a FDN abriga 98% da população carcerária do Estado, segundo o Serviço de Inteligência da polícia do Amazonas, e é aliada do Comando Vermelho (CV).

Após o massacre, o governo do Amazonas decidiu reativar uma cadeia para transferir e manter em segurança detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização rival do CV. Os detentos ligados à facção paulista estão recebendo ameaças.

Guerra entre facções

Segundo autoridades que investigam o crime organizado, a medida apenas encerra um capítulo da guerra declarada entre o PCC e o CV. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, berços desses grupos, respectivamente, a atenção sobre os líderes dentro das cadeias foi redobrada, para evitar represálias pelo País.

A guerra entre o PCC e o CV se intensificou em junho, depois do assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos. O "rei do tráfico", como era conhecido, sofreu uma emboscada na fronteira com o Paraguai e o atentado é atribuído a integrantes do PCC.

Segundo investigações do Ministério Público Estadual (MPE), o PCC então não dividiu o domínio do tráfico, o que motivou o racha com o CV.

Na sequência, chegaram a 18 os presos mortos em rebeliões em presídios de Boa Vista (Roraima) e Porto Velho (Rondônia), em outubro. Depois, o sistema prisional do Rio teve de transferir integrantes do PCC para presídios ocupados por inimigos do CV.

Em São Paulo, o Primeiro Comando chegou a fazer um levantamento de quantos presos de facções de outros Estados estão no sistema para uma eventual represália.

Acompanhe tudo sobre:CrimePrisõesManausAmazonas

Mais de Brasil

Não há ‘temas proibidos’ em conversa entre Lula e Trump, diz Alckmin

Presidente da Caixa deve defender bet do banco em reunião com Lula

Polícia Federal pode suspender emissão de passaportes por falta de verba

Deputados protocolam PEC da Reforma Administrativa