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Governo iniciará renegociação da reforma da Previdência

O presidente Michel Temer quer tentar votar a reforma em primeiro turno na Câmara no início de setembro

Governo Temer: a emenda constitucional da Previdência precisa de 308 votos (Adriano Machado/Reuters)

Governo Temer: a emenda constitucional da Previdência precisa de 308 votos (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 21h44.

Brasília - O governo começa na semana que vem o trabalho de contar votos e renegociar a reforma da Previdência, abandonada desde maio, quando o presidente Michel Temer apareceu pela primeira vez nas gravações do empresário Joesley Batista.

Temer quer tentar votar a reforma em primeiro turno na Câmara no início de setembro, mas o governo reconhece que antes precisa recompor a base e fazer contas, disse uma fonte palaciana.

O número de deputados que votaram a favor do presidente para suspender a denúncia por corrupção passiva, 263, não é nem de longe o necessário para aprovar a emenda constitucional da Previdência, que precisa de 308 votos.

Auxiliares do presidente, no entanto, repetem a ideia de que não há como fazer paralelos entre as duas votações.

"Há quem tenha votado contra o presidente, mas vote pela reforma. E quem tenha votado com o presidente mas seja contra a reforma. Não tem base de comparação", afirmou a fonte.

Temer passou o dia recebendo parlamentares, mais uma vez, dessa vez para agradecer votos. Aproveitou, também, para sondar sobre as chances da reforma da Previdência.

Um parlamentar ouvido pela Reuters afirma que a reforma é prioritária, mas que no momento vai ser preciso renegociar, recalcular, e conversar para ver quais as chances que o governo ainda tem de aprovar o projeto.

Retaliação

Apesar das defecções na base, o governo ainda não começou o processo de retaliação aos parlamentares que votaram contra o presidente, mas isso deve acontecer na semana.

Ao menos por enquanto não há conversas sobre mudanças ministeriais. O governo deve se concentrar no segundo e terceiro escalão, em um primeiro momento, trocando indicados de deputados infiéis por quem votou com o governo.

"O governo tem que votar reforma da Previdência, reforma tributária, MPs. Não vai retaliar partidos agora, mas se o parlamentar tem um histórico de não votar com o governo, por que vai manter?", disse uma fonte palaciana.

Um parlamentar próximo ao Planalto confirma que esse deve ser o caminho do governo inicialmente, mas reconhece que deve haver pressão dos partidos mais fiéis por espaço no ministério.

"A gente tem que lembrar que o ministro é do governo, mas também é do partido. Ele pode não querer retaliar o colega", disse.

Vice-líder do governo, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) disse à Reuters que estava fazendo uma planilha que iria comparar o percentual de votos que cada partido deu com o percentual de cargos de primeiro escalão. "Como o presidente vai usar isso, ele decide", disse.

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