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Governo Lula condena ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã

Brasil pede solução diplomática “urgente” e alerta para riscos à paz global após ofensiva contra o programa nuclear iraniano

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 22 de junho de 2025 às 15h09.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou “com veemência” neste domingo, 22, os ataques realizados pelos Estados Unidos a três instalações nucleares do Irã. A declaração foi feita por meio de nota oficial do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.

Segundo o comunicado, o Brasil expressa “grave preocupação” com a escalada militar no Oriente Médio e condena, no mesmo contexto, ataques conduzidos por Israel e, mais recentemente, pelos Estados Unidos. Para o governo brasileiro, a ação configura violação da soberania do Irã e do direito internacional.

O Itamaraty classificou a ofensiva como uma “flagrante transgressão” à Carta das Nações Unidas e às normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, afirma a nota.

Brasil defende energia nuclear apenas para fins pacíficos

O governo reiterou sua posição histórica em defesa do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e declarou rejeitar “com firmeza” qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em zonas de instabilidade como o Oriente Médio.

“É urgente que se encontre uma solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra espaço para negociações de paz”, defende o governo brasileiro.

O Itamaraty também alertou para as “consequências negativas irreversíveis” da atual escalada militar sobre a paz regional e o regime global de não proliferação e desarmamento nuclear.

Ataques dos EUA contra o Irã

No sábado, 21, os Estados Unidos realizaram um grande ataque contra três instalações nucleares do Irã. No dia seguinte à ação, que envolveu 125 aeronaves e 75 armas guiadas, incluindo 14 bombas fura-bunker, o governo americano enfatizou que o ataque foi uma "ação pontual" e disse não ter interesse em derrubar o regime iraniano. O país do Oriente Médio, por sua vez, prometeu reagir. O ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou que os EUA ultrapassaram a "linha vermelha" e destruíram o caminho diplomático. Ainda não há clareza sobre qual será a resposta iraniana. 

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