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Governo Lula é aprovado por 44,9% e reprovado por 53,6%, diz pesquisa AtlasIntel

O levantamento mostra que a desaprovação está em alta desde outubro de 2024 e segue à frente da aprovação desde novembro do ano passado

Lula: pesquisa mostra estabilidade em relação a fevereiro  (Ricardo Stuckert / PR)

Lula: pesquisa mostra estabilidade em relação a fevereiro (Ricardo Stuckert / PR)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 1 de abril de 2025 às 09h00.

Última atualização em 1 de abril de 2025 às 21h48.

O trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 44,9% dos brasileiros e reprovado por 53,6%, segundo a pesquisa Latam Pulse, do instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta terça-feira, 1. Cerca de 1,3% dos entrevistados não souberam ou não responderam.

Na comparação com o levantamento de fevereiro, a desaprovação de Lula teve uma leve oscilação positiva de 0,6 ponto percentual, dentro da margem de erro. A aprovação se manteve estável, com uma variação negativa de apenas 0,8 ponto percentual.

O levantamento mostra que a desaprovação está em alta desde outubro de 2024 e segue à frente da aprovação desde novembro do ano passado. Este é o quinto mês consecutivo que a avaliação negativa sobe.

Entre os grupos que mais reprovam o governo Lula estão os homens, com 57,8% de desaprovação, e os cidadãos com renda familiar entre R$ 2.000 e R$ 3.000, com 52,5%. Além disso, a rejeição é mais forte entre as pessoas com ensino fundamental (57,8%) e os moradores das regiões Sudeste (56,1%) e Sul (67,1%). Os evangélicos também apresentam uma alta taxa de desaprovação, com 84,8%. Por outro lado, os grupos que mais aprovam a gestão incluem mulheres (50,1%), pessoas com ensino superior (58,7%), e moradores do Nordeste (54,1%).

Apesar de ainda apresentar a maior aprovação, o percentual no Nordeste caiu em comparação com fevereiro, quando a aprovação era de 57,9% e a desaprovação de 41,3%. A maior aprovação também ocorre entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022, com 88% de aprovação.

A avaliação negativa do governo Lula teve uma leve redução na comparação entre fevereiro e março. O percentual de brasileiros que avaliam a gestão como ruim ou péssima caiu de 50,8% para 49,6%, queda de 1,2 ponto percentual.

Essa é a primeira vez em cinco meses que a avaliação negativa cai. Os entrevistados que consideram o governo ótimo ou bom teve uma oscilação negativa, de 37,6% para 37,4%, dentro da margem de erro. A avaliação regular saltou de 11,3% para 12,5%.

A pesquisa AtlasIntel entrevistou 4.659 brasileiros adultos entre os dias 20 e 24 de fevereiro de 2025. A margem de erro do levantamento é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.

Inflação faz brasileiros trocarem produtos no mercado

No cenário econômico, a inflação segue sendo um dos temas mais preocupantes para a população. O Índice Atlas de Inflação indicou uma percepção de inflação atual de 7,4%, uma leve melhora em relação aos 7,6% registrados em fevereiro. A expectativa de inflação também apresentou uma leve queda, de 6% para 5,7%. No entanto, 75% dos brasileiros afirmam que suas rendas não estão acompanhando o aumento dos preços, e 86,6% consideram a inflação uma grande preocupação pessoal. A política econômica do atual governo é vista como a principal responsável pela inflação, com 56,9% dos entrevistados apontando a gestão fiscal como “péssima”.

A pesquisa reforça que os preços de alimentos e combustíveis continuam sendo os maiores indicativos da inflação sentida pela população. Cerca de 95,8% dos entrevistados apontam os alimentos e bebidas nos supermercados como os principais setores impactados pelos aumentos de preços. Além disso, 55,8% dos brasileiros afirmam que trocam produtos por alternativas mais baratas, e 44,1% indicam que compram marcas mais baratas como estratégia para enfrentar a inflação.

A maioria dos brasileiros, 55,5%, acredita que a isenção de impostos de importação sobre produtos alimentícios, anunciada pelo governo federal, ajudará a reduzir os preços desses itens. Dentre os entrevistados, 33% acreditam que a medida resultará em uma redução pequena nos preços, enquanto 23% apostam em uma queda significativa. Por outro lado, 26% consideram que os preços permanecerão os mesmos, e 17% temem que a medida, na verdade, leve a um aumento nos preços dos alimentos.

No que diz respeito à taxa de juros, 59,9% dos brasileiros acreditam que os aumentos promovidos pelo Banco Central contribuem para a alta da inflação. Além disso, 57% afirmam ter pouca ou nenhuma confiança na capacidade da instituição de controlar a inflação, sendo esse índice superior ao registrado em relação ao Ministério da Fazenda (54%) e ao Congresso Nacional (73%).

Criminalidade e corrupção continuam a preocupar brasileiro

A pesquisa realizada em março de 2025 revela que a criminalidade e a corrupção continuam sendo as principais preocupações dos brasileiros, mencionadas por 54% e 50,8% dos entrevistados, respectivamente. A avaliação da atuação do governo na área de segurança pública também segue negativa, com 52% dos respondentes considerando-a ruim. Em contrapartida, 59% acreditam que o desempenho do governo Bolsonaro no quesito segurança foi superior ao de Lula.

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