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Governo quer aumentar pena máxima de 4 para 6 anos de prisão a quem recebe ou vende celular roubado

Ministério da Justiça envia projeto ao Palácio do Planalto, com expectativa de tramitação no Congresso

Ricardo Lewandowski: Ministro da Justiça defendeu penas mais rígidas diante do aumento nos casos de roubos (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Ricardo Lewandowski: Ministro da Justiça defendeu penas mais rígidas diante do aumento nos casos de roubos (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de março de 2025 às 18h13.

Última atualização em 28 de março de 2025 às 18h22.

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O Ministério da Justiça estuda enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que endurece a punição a quem recebe ou vende celular roubado, a partir da alteração do crime de "receptação qualificada". Pesquisas internas contratadas pelo governo indicam que o furto de smartphones é um dos motivos de maior insatisfação da população.

Uma minuta da pasta comandada pelo ministro Ricardo Lewandowski foi redigida e enviada ao Palácio do Planalto, onde o texto é analisado pela Casa Civil. O estudo sugere a alteração da pena máxima desse tipo de crime de seis anos de prisão para 12 anos.

Ainda de acordo com o texto, a pena mínima passaria de três para quatro anos. A receptação de cabos e outros equipamentos referentes a serviços de telecomunicações também são incluídos no mesmo trecho da lei.

A alteração legislativa busca reduzir o furto de celular sob encomenda de organizações criminosas, que revendem os produtos em mercado paralelo.

Também será responsabilizado por nesse crime quem transportar, conduzir, ocultar ou tiver em depósito peças roubadas de telefones.

A mudança no Código Penal proposta pelo Ministério da Justiça também traz as mesmas mudanças para a receptação qualificada na comercialização do serviço conhecido como “gatonet”.

Uma das justificativas da equipe de Ricardo Lewandowski para propor penas mais duras aos crimes relacionados ao furto de celular é a de que em 2024 houve quase 1 milhão de registros desses crimes em delegacias de todo país. Uma média de quase dois aparelhos subtraídos a cada minuto.

A iniciativa do Ministério da Justiça mira uma preocupação que foi levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Auxiliares do presidente têm levado ao gabinete presidencial pesquisas que apontam que a segurança pública é um dos principais problemas para o brasileiro atualmente.

Os estudos mostram que o temor em relação ao celular atinge todas as camadas sociais e envolve um bem indispensável para o dia a dia, seja para trabalho, seja para lazer, e apontam que muitas pessoas já foram vítimas do crime mais de uma vez.

Lula foi alertado de que, assim como a inflação de alimentos, esse é um problema que também arranha a imagem do governo federal, apesar de a segurança pública ser uma atribuição dos estados, de acordo com a Constituição.

Além disso, a reclamação sobre furto e roubo de celular se concentra em um eleitor que “flutua” entre a esquerda e a direita, revelam os levantamentos.

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