Brasil

Governo quer esticar trâmite do impeachment, dizem fontes

O governo quer estender ao limite máximo do regimento o rito de aprovação da admissibilidade do processo para negociar apoios, dizem fontes


	Senado: conversas com senadores já começaram na semana passada
 (Pedro França/Agência Senado)

Senado: conversas com senadores já começaram na semana passada (Pedro França/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 18h58.

Brasília - O governo quer estender ao limite máximo do regimento o rito de aprovação da admissibilidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff.

No Senado para esfriar o clima pró-impeachment que vem da Câmara dos Deputados e usar esse tempo para tentar conquistar os votos ainda possíveis entre os senadores, disseram à Reuters duas fontes governistas.

Dilma iria se reunir na tarde desta segunda-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir o rito do impeachment e tentaria convencer o senador a esticar o prazo até a data que o próprio Renan previu inicialmente, a segunda semana de maio.

Renan já havia se comprometido a ler o relatório amanhã no plenário. Depois disso, são até 48 horas para que a comissão sobre a admissibilidade seja instalada.

As conversas com senadores já começaram na semana passada, ainda antes da decisão pela Câmara, quando o Palácio do Planalto concluiu que a situação estava mais difícil do que o esperado, disse à Reuters uma das fontes governistas.

No sábado, grupos de líderes do Senado se encontraram com a presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para começar a traçar cenários possíveis. Assessores presidenciais já começaram a fazer contatos com senadores do PMDB e do PR para avaliar a capacidade do governo de ampliar sua votação na Casa.

Parte do governo admite que é praticamente impossível o Planalto barrar o processo de impeachmente ainda na votação da admissibilidade, em que é necessário apenas maioria simples para aprová-la. Já na votação final, em que o governo precisa de um terço --28 votos-- para evitar a condenação, seria um pouco mais fácil, mas ainda longe de ser simples. Uma das fontes, ligada ao Planalto, afirmou que o governo teria 31 votos hoje.

Um parlamentar ligado ao partido avalia que a conta é bem menos confortável, de apenas 20, mas com possibilidade de crescer, e uma terceira fonte do Planalto avalia que a conta pode ser ainda menor, em torno de 18, chegando a 20 se Kátia Abreu e Eduardo Braga, dois ministros peemedebistas, se licenciarem para votar com o governo.

“Nós sabemos que o aliciamento é muito mais difícil no Senado”, ponderou a fonte palaciana.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGovernoImpeachmentPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU

Dilma Rousseff é internada em Xangai após mal-estar