Categoria realiza paralisação para reivindicar condições de trabalho mais justas e remuneração compatível com os desafios da profissão (iFood/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 31 de março de 2025 às 16h44.
Última atualização em 31 de março de 2025 às 17h06.
Nesta segunda-feira, entregadores de aplicativos em 59 cidades do Brasil, distribuídas em 18 estados e no Distrito Federal, cruzaram os braços em uma paralisação que promete pressionar gigantes do delivery, como o iFood.
O objetivo é reivindicar condições de trabalho mais justas e remuneração compatível com os desafios da profissão. A greve, organizada pela Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea), tem previsão de durar até terça-feira, 1º de abril, e levanta questões sobre o futuro do trabalho por aplicativos no país.
O iFood entrou em contato com a EXAME e mandou a seguinte resposta sobre a paralisação.
"O iFood respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, desde 2021, nos dedicamos à criação de uma agenda sólida e permanente de diálogo com os entregadores parceiros e representantes da categoria, para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e transparência para estes profissionais.
Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025. É importante ressaltar que, nos últimos três anos, os ganhos dos entregadores foram aumentados de várias maneiras
2022: Aumento do valor mínimo da rota em 13%, de R$5,31 para R$6,00, e do valor por quilômetro rodado em 50%, de R$1,00 para R$1,50.
2023: Reajuste da taxa mínima em 8,3%, de R$6,00 para R$6,50, acima da inflação do período (3,74% pelo INPC).
2024: Introdução de adicional de R$3,00 por entrega extra em rotas agrupadas.
O ganho bruto por hora trabalhada hoje no iFood é quatro vezes maior do que o ganho do salário mínimo-hora nacional. De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora, de acordo com os custos apontados em pesquisa realizada pelo Cebrap em 2023.
Além disso, todos os entregadores parceiros do iFood têm acesso a seguro pessoal gratuito para casos de acidentes durante as entregas, planos de saúde, programas de educação, além de apoio jurídico e psicológico para casos de discriminação, assédio ou agressão sofridos pelos profissionais de delivery.
Ao mesmo tempo, reforçamos que é importante respeitar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e garantir a livre circulação de funcionários e da população em geral, conforme previsto na Constituição, sempre prezando por um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência.
O iFood segue disponível para o diálogo com os entregadores na busca por melhorias para os profissionais e para todo o ecossistema."