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Haddad no Flow: preço dos alimentos deve cair com supersafra e crescimento do PIB será 'moderado'

O ministro minimizou possíveis rusgas na relação com os EUA - o governo Trump vem ameaçando taxar diversos produtos de países parceiros, inclusive o Brasil

Fernando Haddad reforçou a importância da aprovação da reforma tributária (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Fernando Haddad reforçou a importância da aprovação da reforma tributária (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 7 de março de 2025 às 21h11.

Última atualização em 7 de março de 2025 às 22h10.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou nesta sexta-feira, 7, ao podcast Flow que o preço dos alimentos, uma das principais preocupações do governo Lula, deve cair com a surpersafra esperada e a queda do dólar. "Eu acredito que uma série de produtos, que estão mais caros, vão ter preços reduzidos com a entrada da safra deste ano, que, ao que tudo indica, será uma supersafra”, disse o ministro.

O governo apresentou um plano nesta quinta-feira para zerar o imposto de importação sobre itens como carne, café, milho e óleo de soja. Nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que está preocupado com a inflação dos alimentos e não descartou tomar "medidas drásticas" para conter a alta dos preços. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, porém, minimizou a declaração.

Crescimento moderado

Haddad falou que o país vai continuar crescendo, mas reconheceu que esse avanço será mais "moderado" em razão do trabalho para controlar a inflação do Brasil. O PIB cresceu 3,4% no ano passado, segundo o IBGE, e a previsão para este ano é de um crescimento de 2,5%.

O governo vem dando sinais que quer continuar sua política de estímulos para o crescimento do PIB, já que no final do ano passado a atividade econômica deu mostras de desaceleração.

Alinhamento dos astros

Na entrevista ao Flow, Fernando Haddad reforçou a importância da aprovação da reforma tributária, vista por ele como um "alinhamento dos astros" e que sentiu um "alívio" quando a matéria foi aprovada pelo Congresso.

Relação com os EUA

O ministro minimizou possíveis rusgas na relação com os EUA - o governo Trump vem ameaçando taxar diversos produtos de países parceiros, inclusive o Brasil - e alertou que a principal potência econômica do mundo nunca precisou se preocupar com o tamanho de sua dívida. "Essa situação agora mudou", falou.

Crise do Pix

Haddad também lembrou do episódio em que o governo precisou voltar atrás no monitoramento sobre o método de pagamento após uma postagem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sugerir taxação ao Pix. "Esse monitoramento data do final dos anos 90. O Volume de recurso para informar era de apenas R$ 2 mil. A Receita passou para R$ 5 mil. Tem muito crime organizado que está usando fintechs para lavar dinheiro. A PF começou a perceber esse esquema e pediu ajuda da Receita nesse trabalho de monitoramento. Agora, qual o interesse de criar essa celeuma?", falou.

O ministro reconheceu, porém, que a questão do crime organizado ligada a fintechs precisará ser discutida em algum momento.

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