Plenário da Câmara dos Deputados: novo marco legal prevê que o Tribunal de Contas da União (TCU) terá até 120 dias para análise dos editais, salvo em caso de documentação incompleta. (Pablo Valadares / Câmara dos Deputados/Flickr)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 5 de maio de 2025 às 20h33.
O plenário da Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira, 6, o novo marco legal para concessões e parcerias público-privadas (PP), afirmou o relator da proposta, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). Segundo ele, alguns ajustes de redação serão feitos no relatório já apresentado para que a matéria seja votada pelos parlamentares.
O projeto de lei propõe alterações em quatro legislações vigentes:
Pelo texto apresentado pelo parlamentar, as relicitações poderão ser preparadas com base em estudos técnicos financiados pela própria concessionária, desde que haja previsão de ressarcimento posterior por parte do poder concedente.
Durante o período de transição, a prestação do serviço público poderá ocorrer de duas formas:
Segundo Jardim, o objetivo da medida é garantir a continuidade dos serviços essenciais, mesmo diante da necessidade de substituição do operador privado, reduzindo riscos e evitando descontinuidade para a população.
Um dos pontos mais polêmicos do relatório prevê a revogação de um artigo da Lei de Crimes Ambientais, que determina pena de prisão para servidores públicos que concederem licenças ambientais em desacordo com a legislação.
Segundo o parlamentar, essa norma é responsável pelo "apagão das canetas", quando servidores deixam de decidir sobre uma licença ambiental ou deixam de praticar um ato administrativo com temor de infringirem a lei.
O projeto, segundo o deputado, determina duas diretrizes no âmbito ambiental:
Jardim também afirmou que o projeto de lei estabelece mecanismos para garantir maior previsibilidade e fluidez nos processos regulatórios. Entre eles, o texto determina que o Tribunal de Contas da União (TCU) terá até 120 dias para análise dos editais, salvo em caso de documentação incompleta.
Além disso, o relatório determina que reajustes de tarifas podem ser aplicados pela concessionária automaticamente após 30 dias sem resposta do poder concedente.
O texto também prevê a aplicação de multa de até 10% do valor do pedido de reequilíbrio econômico-financeiro quando comprovada má-fé na solicitação.
Por fim, a proposta também estimula o uso de meios alternativos de resolução de conflitos, como arbitragem, comitês de disputas e mediação, evitando judicialização prolongada.
Para as concessões, o projeto de lei introduz cinco novos conceitos para melhorar a regulação existente no país:
O texto, afirmou Jardim, também estabelece procedimentos regulamentados para encerramento de concessões. Entre as medidas estão previstas:
Essas medidas garantem, segundo ele, a continuidade do serviço público essencial, sem prejuízo à população.