Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 07h34.
O aguardado leilão ferroviário da Ferrogrão deverá sair do papel em 2026. É o que promete Guilherme Theo Sampaio, presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em entrevista ao podcast EXAME Infra.
”A questão ferroviária está voltando a ficar aquecida e teremos três leilões no ano que vem”, afirmou o diretor-presidente da ANTT.
Segundo Sampaio, o projeto será enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU) neste mês. A expectativa é que o certame ocorra até o fim do primeiro semestre do próximo ano.
O diretor-presidente da ANTT disse que o projeto é “atrativo, tem interessados e respeita o meio ambiente e os povos originários”.
Com 933 km de extensão, a Ferrogrão prevê ter capacidade de transportar até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas ao ano, interligando os municípios de Sinop, no Mato Grosso, e Itaituba, no Pará. A previsão é de R$ 25 bilhões em investimentos no projeto.
O Ministério dos Transportes afirma que a ferrovia pode evitar um desperdício anual de R$ 7,9 bilhões a partir de ganhos logísticos.
A pasta defende a obra como uma forma de reduzir a dependência da rodovia BR-163 para o escoamento de grãos.

O PSOL questionou o projeto no Supremo Tribunal Federal (STF) porque o projeto cortaria o Parque Nacional do Jamanxim, uma área de reserva federal. O governo afirma que redesenhou o traçado, o que resolveu a questão judicial.
Além da Ferrogrão, o Theo Sampaio pretende leiloar a ferrovia EFT 118 (Estrada de Ferro 118) também no primeiro semestre, o Corredor Leste-Oeste (FICO-FIOL) até o fim de 2026 e avançar nas renovações antecipadas.
"Estamos também avançando na nossa carteira de renovações antecipadas. Em novembro, enviaremos ao TCU a renovação antecipada da ferrovia Centro-Atlântica, controlada pela VLI, e vamos resolver a FTL. No próximo ano, daremos continuidade à ferrovia Tereza Cristina", disse o presidente da agência reguladora.