Redatora
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 01h38.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2,3% neste ano. No entanto, a expectativa para a agropecuária subiu de 5,5% para 7,9%, enquanto a indústria teve sua previsão reduzida de 2% para 1,7%.
As exportações brasileiras devem registrar queda de mais de US$ 5 bilhões, em grande parte devido às tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos do país.
O levantamento da CNI apontou que setores como indústria e serviços apresentam dinamismo menor. A indústria de transformação deve crescer 1,5%, abaixo da previsão anterior de 1,9%, pressionada por juros elevados, aumento das importações e menor demanda externa.
A indústria da construção deve manter crescimento de 2,2%, impulsionada por projetos iniciados em 2024 e pelo programa Minha Casa Minha Vida. Já a indústria extrativa teve a projeção elevada de 1% para 2%, principalmente pelo aumento da produção de petróleo.
Setores como eletricidade, gás, água e gestão de resíduos mantêm expectativa de alta de 2,5%.
Para a agropecuária, a CNI projeta uma liderança na expansão da economia, com alta de 7,9%, beneficiada por safra recorde e produção animal. O setor costuma ser menos sensível a juros altos e a demanda externa tende a manter o mercado aquecido.
O setor de serviços deve crescer 1,8%, apoiado pelo mercado de trabalho. A criação de empregos deve subir 1,5% e a massa de rendimento real, 5,5%. A taxa média de desocupação deve atingir 6%, o menor patamar histórico pelo segundo ano consecutivo.
Entre janeiro e julho, o volume de exportações cresceu 2%, mas os preços caíram 2%, totalizando US$ 198 bilhões. A imposição de tarifas americanas deve reduzir o fluxo da indústria de transformação para os EUA.
A previsão da CNI para exportações foi revisada de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões, uma queda de US$ 5,4 bilhões. As importações devem atingir US$ 285,2 bilhões. Com isso, a balança comercial brasileira deve registrar superávit de US$ 56,6 bilhões, 14% menor que em 2024.
O IPCA acumulou alta de 5,2% até julho, acima da meta de 3%. A previsão é que a inflação caia para 5% até o fim do ano. A Selic deve permanecer em 15% ao ano, mantendo política monetária contracionista.
As despesas primárias do governo devem subir 3,3%, enquanto a receita líquida crescerá 2,2%, resultando em déficit primário de R$ 22,9 bilhões (0,2% do PIB). A dívida bruta deve alcançar 79% do PIB.