Leão; IR; Imposto de Renda (Halil Gokdal/Flickr)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 06h05.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionará nesta quarta-feira, 26, a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
A lei estabelece ainda descontos no imposto para pessoas que ganham até R$ 7.350. No total, 10 milhões de brasileiros vão deixar de pagar imposto de renda e outros 5 milhões terão descontos progressivos.
Com isso, cerca de 15 milhões de brasileiros devem deixar de pagar imposto de renda com a nova lei. A lei também aumenta a taxação de altas rendas, a partir de R$ 600 mil anuais.
A equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estima que a isenção do Imposto de Renda terá impacto fiscal de cerca de R$ 18 bilhões por ano. O governo pretende compensar essa renúncia com a arrecadação vinda da tributação de fundos exclusivos e das apostas esportivas.
O projeto amplia a faixa de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil por mês, com um desconto parcial até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para rendimentos altos.
A proposta do governo é que a isenção seja válida a partir de 2026.
No novo formato, com a ampliação da faixa beneficiada, a renúncia anual poderá chegar a R$ 31,7 bilhões, contando a perda de estados e municípios.
Para compensar a renúncia fiscal, o projeto criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe a partir de R$ 600 mil por ano. Segundo o Ministério da Fazenda, a medida atingirá 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.
A alíquota começa em zero e subirá gradativamente, até que quem recebe mais de R$ 1,2 milhão todos os anos pague, pelo menos, 10% de imposto sobre sua renda. Nessa conta estarão incluídos os rendimentos recebidos como lucros e dividendos, atualmente, isentos.
Os descontos vão ocorrer mensalmente nas fontes de pagamento, quando for atingido um valor de ganhos superior a R$ 50 mil no mês. Quando a pessoa física for fazer a declaração do IR, será verificado se o montante recebido no ano todo foi acima de R$ 600 mil.
A Câmara incluiu rendimentos isentos da base de cálculo da tributação mínima e o Senado manteve.
Rendimentos no exterior também serão cobrados, mas com três exceções, que não serão taxadas: dividendos pagos, creditados, entregues ou remetidos a governos estrangeiros, desde que haja reciprocidade; fundos soberanos; entidades no exterior que tenham como principal atividade a administração de benefícios previdenciários.