Publicado em 18 de julho de 2025 às 08h29.
Última atualização em 18 de julho de 2025 às 10h30.
A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão e medidas cautelares diversas da prisão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira, 18, em Brasília.
Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos em endereços ligados ao ex-presidente, incluindo sua residência e locais vinculados ao Partido Liberal (PL).
Fontes confirmaram à EXAME que as medidas cautelares aplicadas em relação à Bolsonaro são o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, proibição de contato com embaixadores (e não poderá se aproximar de embaixadas) e proibição de acesso às redes sociais. O ex-presidente também não poderá falar com o filho Eduardo Bolsonaro.
A PF teria encontrado ao menos US$ 14 mil na casa de Bolsonaro, além de um pen drive no banheiro e uma cópia da petição inicial da ação que a plataforma de vídeos Rumble move contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, confirmaram fontes à EXAME. O material agora segue para a perícia da Polícia Federal.
Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que "recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário". "A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial", diz a nota.
O PL, por sua vez, manifestou "estranheza e repúdio diante da ação da Polícia Federal realizada nesta sexta". "Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa? O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação", escreveu o partido em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).
A Polícia Federal apontou que Bolsonaro, e o filho, Eduardo Bolsonaro, vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com "o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, em razão de suposta perseguição no âmbito da AP 2668.
Segundo a PF, ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte.”
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a Polícia Federal cumprisse mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, 18.
Na manhã desta sexta-feira, policiais federais foram à casa de Bolsonaro e à sede do Partido Liberal (PL) em Brasília.
Segundo EXAME apurou, as determinações do STF são de que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e fique em casa em horários determinados.
Além disso, ele não poderá utilizar as redes sociais.
Portais de notícia informam que as restrições também incluem não conversar com diplomatas estrangeiros. Em especial, o STF proíbe que o ex-presidente fale com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL).
As decisões foram tomadas no âmbito de um novo processo, instaurado no dia 11 de julho, segundo a Globonews. O processo está em sigilo.
A decisão do STF acontece dias após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de sobretaxar em 50% as importações brasileiras citando o tratamento que as instituições brasileiras têm dado a Bolsonaro, réu em um processo em que é acusado de tentativa de golpe de Estado, como uma "caça às bruxas".
Na quinta-feira, 17, Trump enviou uma carta a Bolsonaro. No documento, ele voltou a criticar o processo da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual Bolsonaro é réu.
*Essa reportagem está em atualização