Brasil

Jair Bolsonaro recebe alta da internação em hospital após crise de soluços e vômitos

Ex-presidente foi encaminhado ao Hospital DF Star nesta terça-feira, 16, em meio à prisão domiciliar

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 13h53.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 14h47.

Tudo sobreJair Bolsonaro
Saiba mais

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi liberado do hospital em Brasília, onde havia sido internado devido a uma crise de soluços e vômitos, nesta quarta-feira, 17.

O político, condenado na última semana a 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em um golpe de Estado e outros quatro crimes, retornará à sua casa, onde está cumprindo prisão domiciliar preventiva desde agosto.

O médico Claudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, anunciou em coletiva na frente do hospital que o ex-presidente também foi diagnosticado com câncer de pele.

Bolsonaro deu entrada no Hospital DF Star no início da tarde de terça-feira, apresentando sintomas como "vômitos, tontura, queda de pressão arterial e pré-sincope", segundo o boletim médico.

O quadro clínico de Bolsonaro também incluía "desidratação, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial baixa". Exames laboratoriais e de imagem revelaram que ele ainda enfrenta anemia e alterações na função renal, com níveis elevados de creatinina.

"O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi admitido no Hospital DF Star na tarde do dia 16 de setembro, devido a quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. Apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa. O laudo anátomo patológico das lesões cutâneas operadas no domingo mostrou a presença de carcinoma de células escamosas 'in situ', em duas das oito lesões removidas, com a necessidade de acompanhamento clínico e reavaliação periódica. Recebe alta hospitalar, mantendo o acompanhamento médico", diz o boletim médico divulgado pelo DF Star.

Os médicos atribuíram os soluços e desconfortos de Bolsonaro, além de complicações intestinais decorrentes do atentado a faca que sofreu em 2018, a um possível argumento para seus advogados solicitarem ao STF a manutenção da prisão domiciliar, ao invés do regime fechado inicialmente determinado.

Entenda o histórico de saúde de Bolsonaro

Na última visita ao hospital, no domingo, Jair Bolsonaro havia sido diagnosticado com anemia, e a tomografia revelou sinais de pneumonia residual.

No entanto, o estado de saúde do ex-presidente piorou, levando à nova internação na terça-feira. A ida ao hospital gerou um grande esquema de segurança, com escolta policial e varreduras no hospital para proteger tanto Bolsonaro quanto os apoiadores que aguardavam a sua chegada.

A crise de saúde que Bolsonaro enfrentou é uma das sequelas do atentado à faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. Um dos sintomas recorrentes do ex-presidente são episódios de soluços intensos, que em certos momentos o impedem de falar e o fazem vomitar.

Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar desde sua condenação por tentativa de golpe e outros crimes, incluindo um total de 27 anos de sentença.

Sua ida ao hospital na terça não exigiu autorização prévia do ministro Alexandre de Moraes, como definiu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), desde que a condição médica fosse comprovada.

A defesa do ex-presidente encaminhou ao STF um atestado médico, anexado ao processo judicial, e notificou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O deputado federal Evair de Mello (PL-ES), que esteve no hospital para uma visita, afirmou que a sentença do STF teve um "impacto emocional" significativo sobre Bolsonaro.

O parlamentar observou que, mesmo antes da prisão domiciliar, Bolsonaro já apresentava sinais de debilidade, com dificuldades para falar e episódios frequentes de soluços.

Condenação de Bolsonaro

O político está em prisão domiciliar desde o início de agosto, por determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) depois de ter descumprido a proibição de usar redes sociais.

Na semana passada, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do STF, por causa de uma tentativa de golpe de Estado.

Entretanto, ele ainda pode apresentar recurso antes de ter de começar a cumprir essa pena.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroSaúdeCrimeSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

PEC da Blindagem: Câmara aprova volta do voto secreto para dar aval a processos contra parlamentares

Bolsonaro está com câncer de pele, diz médico do ex-presidente

Comissão do Senado aprova projeto que autoriza venda de medicamentos em supermercados

Quem é Emmanoel Schmidt Rondon, escolhido pelo governo para comandar os Correios