Brasil

"Janot vai sair do cargo ridicularizado", diz Gleisi Hoffmann

A ex-presidente do PT foi denunciada por suposta participação em organização criminosa com Lula, Dilma, Vaccari e cinco ex-ministros

Gleisi Hoffmann: "Qual é o crime que nós fizemos, dr. Janot?" (Agencia Senado/Agência Senado)

Gleisi Hoffmann: "Qual é o crime que nós fizemos, dr. Janot?" (Agencia Senado/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 17h53.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 18h51.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), acusou nesta quarta-feira, 6, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de usar uma denúncia contra a cúpula do partido para "mostrar serviço", em meio à crise que pôs em xeque os acordos de delação premiada firmados entre o Ministério Público Federal (MPF) e executivos da JBS.

Em discurso no plenário do Senado, Gleisi afirmou que Janot deixará o cargo "ridicularizado" e com o currículo carimbado por uma "delação furada".

"Qual é o crime que nós fizemos, dr. Janot? Porque a denúncia que foi apresentada é uma coisa absurda: não tem um fundamento, só tem delação. É justamente quando as delações são questionadas que Vossa Excelência apresenta uma denúncia por organização criminosa em cima de delações? É um escândalo isso, dr. Janot. Vossa excelência está para sair do cargo e quer mostrar serviço? É isso? Só que Vossa Excelência vai sair do cargo e vai sair carimbado por essa delação da JBS e por ter um dos seus principais procuradores, pessoa de sua absoluta confiança, envolvido até o último fio de cabelo numa negociata de delação furada. É isso que o sr. vai levar para o seu currículo", afirmou.

Ela foi denunciada nesta terça-feira, 5, por suposta participação em organização criminosa com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Guido Mantega, Edinho Silva, Antônio Palocci e Paulo Bernardo e o ex-tesoureiro nacional da legenda João Vaccari Neto.

O procurador-geral da República acusou-os de criar um esquema de arrecadação de propina por meio da entes e órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Gleisi relacionou a apresentação da denúncia contra a sigla ao momento enfrentado por Janot. Isso porque ele pôs sob suspeita nesta segunda-feira, 5, um dos principais auxiliares dele, o ex-procurador Marcelo Miller, que pode ter influenciado no acordo de delação firmado com os irmãos Batista.

"Sabe por que nós achamos que o sr. fez apresentação da denúncia? Para dar respaldo ao seu procurador lá do Paraná, que está sendo ridicularizado. O sr. vai ser ridicularizado também por conta dessa denúncia", complementou.

Acompanhe tudo sobre:PT – Partido dos TrabalhadoresPartidos políticosPetrobrasJustiçaOperação Lava JatoRodrigo JanotGleisi Hoffmann

Mais de Brasil

Bastidor: operação eleva tensão entre Lula e Castro e antecipa disputa eleitoral

Após mortes no Rio, Alcolumbre anuncia abertura de CPI do crime organizado

Anvisa proíbe substâncias usadas em unhas de gel por risco de câncer

Governo do Rio de Janeiro confirma 121 mortos após megaoperação