Juliana Marins: brasileira morreu após quatro dias de espera por resgate na Indonésia (resgatejulianamarins/Instagram)
Repórter
Publicado em 27 de junho de 2025 às 17h35.
Última atualização em 27 de junho de 2025 às 18h27.
Juliana Marins, 26 anos, uma turista brasileira que caiu de um penhasco na Indonésia, teria falecido na quarta-feira, 25 de junho, informou o médico legista responsável pela autópsia. Esse é o mesmo dia em que o corpo foi retirado do local.
"De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h [horário local, entre 14h de terça e 2h de quarta, no horário de Brasília]", afirmou o legista Ida Bagus Alit à BBC.
A ilha de Lombok, onde está localizado o vulcão Rinjani, segue um fuso horário onze horas à frente de Brasília. No entanto, a estimativa do horário da morte de Juliana entra em contradição com a versão apresentada pela Basarnas, agência indonésia responsável pelos resgates, que havia informado que a publicitária brasileira foi encontrada na noite de terça-feira, 24 de junho, já sem vida.
"De fato, há uma discrepância em relação à declaração da Basarnas. A diferença é de cerca de seis horas, de acordo com os cálculos do médico", explicou o legista Ida Bagus Alit em entrevista à BBC News Indonésia.
O médico informou ainda que a causa do falecimento foi um trauma contundente, que causou danos internos e hemorragias.
Juliana havia escorregado e caído no sábado, 21 de junho, enquanto escalava o Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Com base nos cálculos do legista, Juliana teria sobrevivido ao menos quatro dias após a queda inicial.
No entanto, o legista ressaltou que é complicado precisar o momento exato da morte da brasileira em razão de vários fatores, como o tempo que o corpo levou para ser transportado – um processo que durou várias horas –, e condições ambientais como a temperatura e umidade.
"Encontramos arranhões e escoriações, assim como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramentos", detalhou o legista Ida Bagus Alit em declaração à imprensa nesta sexta-feira.
"A vítima sofreu lesões graves, com fraturas em várias partes do corpo. A principal causa da morte foram os ferimentos na caixa torácica e nas costas", completou o médico.
Alit também destacou que não há indícios que sugerissem que a morte tenha ocorrido muito tempo após os ferimentos. "Por exemplo, havia um ferimento na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente aparece de várias horas a dias após o trauma. De forma semelhante, no tórax e no abdômen, houve sangramentos significativos, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramentos lentos. Isso sugere que a morte aconteceu logo após os ferimentos", explicou.
Com base nos resultados da autópsia, o legista estimou que a morte de Juliana ocorreu cerca de 20 minutos após os ferimentos, o que coloca o trauma fatal entre terça e quarta-feira.