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Leilão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM: CCR e grupo Comporte apresentam proposta pela concessão

A entrega dos envelopes aconteceu nesta terça-feira, 25. O certame vai ocorrer dia 28 de março na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de março de 2025 às 11h08.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 11h27.

O leilão do Lote Alto Tietê, que contempla a concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebeu duas propostas, segundo apurou a EXAME. 

Segundo pessoas envolvidas no processo, a CCR e Grupo Comporte fizeram proposta pela concessão. A EXAME apurou ainda que o grupo Transdev esteve na B3, mas não apresentou proposta.

A CCR já tem no seu portifólio, por meio da Via Mobilidade, duas linhas, a 8-Diamante e a 9-Esmeralda. O grupo Comporte participa do consórcio que venceu o leilão para construção do Trem Intercidades São Paulo e Campinas e administração da linha 7-Rubi.

A entrega dos envelopes aconteceu nesta terça-feira, 25. O certame vai ocorrer dia 28 de março na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

Como será o leilão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM

O leilão prevê que a futura concessionária terá que investir R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos. O contrato prevê a requalificação das três linhas e a ampliação da rede ferroviária. 

Serão construídas oito novas estações e reformadas 24 já existentes, além da eliminação de todas as passagens ao nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.

As linhas também passarão por investimentos na rede aérea, via permanente e sinalização, além da implantação de novos equipamentos e sistemas. Até 2040, a previsão do governo estadual é que as três linhas transportem juntas 1,3 milhão de passageiros por dia em média útil.

Com os investimentos, o governo promete redução do intervalo dos trens das três linhas. 

A concessão inclui um programa de investimentos iniciais e uma fase de transição operacional de 24 meses com a CPTM, com previsão de treinamentos e operação assistida da concessionária. 

Greve em meio ao leilão

Em protestos contra o leilão, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB), que representam os trabalhadores das linhas que serão concedidas, promete uma greve na quarta-feira, 26.

Em comunicado publicado nas redes sociais, o STEFZCB informa que a assembleia geral de greve ocorrerá às 20h na subsede do sindicato no bairro do Brás para organizar a paralisação.

“Teremos uma greve para fortalecer nossa resistência e pressionar o governo a recuar dessa proposta de privatização. A greve é um instrumento legítimo de luta”, afirma o texto.

Segundo o sindicato, a greve terá início à 0h da próxima quarta-feira, 26, e vai atingir apenas os trechos operados por funcionários ligados ao STEFZCB. A paralisação deve interromper os serviços das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que compõem o chamado “Lote Alto Tietê”.

A entidade sindical afirmou que a greve não será encerrada caso ocorram demissões, e só será suspensa com garantia formal do cancelamento do leilão.

“Greve até o cancelamento do leilão: só paramos com garantia por escrito de Tarcísio Freitas de que o leilão foi cancelado”, afirmou o sindicato em nota.

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