Brasil

Líder do PT na Câmara diz que não há delação de Delcídio

O parlamentar também disse não acreditar que a delação possa fortalecer o processo de impeachment da presidente


	Afonso Florence: "Não há essa delação, não vou entrar no mérito. Não posso comentar uma suposição", disse o líder do PT na Câmara
 (Wilson Dias/ABr)

Afonso Florence: "Não há essa delação, não vou entrar no mérito. Não posso comentar uma suposição", disse o líder do PT na Câmara (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 20h24.

Brasília - O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), não quis comentar a notícia da delação premiada do ex-líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), por se tratar de um "factoide".

"Não é uma notícia. Há uma nota do Delcídio negando a informação e o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deveria homologar a delação, afirma que o documento não passou por ele. Portanto, não há essa delação, não vou entrar no mérito. Não posso comentar uma suposição", afirmou o líder.

"Se a delação for homologada na forma da lei, caberá investigação para que se constitua prova por indiciamento. Cito o caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, que foi mencionado em quatro delações. Não basta haver uma delação para condená-lo, porque ela consiste em um réu confesso que aponta a culpa de outra pessoa. Qualquer cidadão tem o direito de defesa. Uma delegação que o procurador-geral não homologou, não é que eu não acredite, é que ela não existe", completou o petista.

Para Florence, o governo Dilma está de pé. "Sem dúvida a presidente Dilma é sufragada pelo povo brasileiro, ela foi eleita democraticamente com legitimidade popular. O problema é que na oposição existem golpistas demais e eles não querem se submeter a outra eleição com risco de derrota. Nós vamos continuar defendendo a democracia e as conquistas do povo brasileiro."

O líder do PT acredita que o vazamento da delação de Delcídio pode ter efeitos políticos na Câmara. "Mais do que isso, pode atrapalhar os interesses do País", completou.

O parlamentar também disse não acreditar que a delação possa fortalecer o processo de impeachment da presidente.

"Como a oposição não tem agenda para o País, trabalha só essa pauta (do impeachment), que já se esvaiu. Nós queremos votar esse pedido de impeachment, assim como no caso das supostas pedaladas fiscais. A oposição deve votar a favor ou contra. O que não dá é a cada dia aparecer um factoide e, quando se constitui prova para apreciação de uma delas, a prova vai para a gaveta e surge um novo factoide."

Florence mencionou como temas importantes da semana as Medidas Provisórias (MPs) aprovadas na Câmara dos deputados, a MP 694/15, que trata de legislação tributária, e a MP 693/15, que estende algumas desonerações tributárias federais a equipamentos e materiais destinados às Olimpíadas e às Paraolimpíadas de 2016.

As duas medidas estavam trancando a pauta do legislativo desde o final do ano passado.

Cunha

Florence defendeu a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.

"Ele tem direito a defesa como todo cidadão, entretanto consideramos que são nítidas, explícitas, ululantes, robustas as evidências de que ele tem se utilizado da presidência da Câmara para obstruir a instalação da investigação no Conselho de Ética", opinou.

Sobre as críticas do presidente da Casa ao PT, Florence rebateu dizendo que Cunha ataca o partido "como também ataca os direitos dos trabalhadores, dos indígenas, das mulheres, dos negros".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDelcídio do AmaralOperação Lava JatoPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU

Dilma Rousseff é internada em Xangai após mal-estar