Brasil

Líder do PT no Senado rebate Eduardo Campos

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Campos assumiu a tática de atacar sem propor alternativas e "baixa o nível" do debate


	Eduardo Campos: no sábado, Campos criticou nominalmente a presidente Dilma pela primeira vez desde que se colocou como provável candidato ao Planalto
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eduardo Campos: no sábado, Campos criticou nominalmente a presidente Dilma pela primeira vez desde que se colocou como provável candidato ao Planalto (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 16h37.

Brasília - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu o governador de Pernambuco e provável candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, que iniciou no fim de semana uma série de ataques diretos à presidente Dilma Rousseff.

Para o petista, Campos assumiu a tática de atacar sem propor alternativas e "baixa o nível" do debate.

"É uma fórmula anacrônica, que repete a mania de criticar sem propor, de investir contra um adversário político sem apontar um caminho alternativo e de condenar sem nada oferecer", afirmou, em discurso na tribuna do Senado.

No sábado, em evento no interior do Pernambuco, Eduardo Campos criticou nominalmente a presidente pela primeira vez desde que se colocou como provável candidato ao Planalto.

"O Brasil não aguenta mais quatro anos de Dilma", afirmou. Ontem, em evento em São Paulo, chamou-a de "autoritária" e disse que a presidente "foge do debate" e não promove a faxina ética prometida desde o início da sua gestão.

No pronunciamento, Humberto Costa classificou de "incoerência gritante" as críticas de Eduardo Campos, que ajudou Dilma a se eleger e integrou a base aliada do governo federal até meados do ano passado.

"A população não só quer mais quatro anos de Dilma como sabe que só ela é capaz de fazer as mudanças desejadas para o país. Isso está atestado pelas pesquisas de opinião. Quem não sabe de nada, como foi dito, é quem insiste em não ver isso", afirmou.

O líder do PT listou uma série de ações que o governo federal fez em Pernambuco e destacou que o povo no Estado é quem "melhor compreende e garante o patrimônio" legado pelos três governos presidenciais petistas. Costa defendeu que se faça política "em nível elevado" sem "ataques gratuitos" e com a apresentação de propostas.


Em aparte, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), ironizou o colega petista ao sugerir que "essa pregação de boas maneiras" também deveria ser endereçada à Dilma. Foi ela, lembrou o tucano, quem chamou a oposição de "cara de pau" e os acusou de pessimistas.

Sem citar nominalmente a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o líder do PSDB disse ainda que ela chamou Campos de "ingrato", como se as realizações do governo federal em Pernambuco decorressem de "favor". "Então, em matéria de modernização e de práticas políticas e de civilidade no contato entre adversários, eu penso que o seu discurso seria melhor dirigido à presidente Dilma Rousseff", afirmou.

Humberto Costa disse que sua manifestação vale para todos os candidatos e que as realizações do governo federal com Estados e municípios ocorreram em parcerias. "Agora, o que não pode é alguém desconhecer que isso aconteceu, é alguém assumir como seu unicamente aquilo que foi feito a partir de uma parceria. É isso que estou questionando, é isso que estamos aqui levantando", disse.

Gargalhadas

Em seguida, o líder do PSDB subiu à tribuna e bateu boca com Gleisi Hoffmann. Ironicamente, ela disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu "gargalhadas" quando negociou no Palácio da Alvorada a aprovação da emenda que criou a reeleição no País.

"A presidente sorri porque temos mais de 60 mil jovens no Ciência sem Fronteiras. Esse é resultado desse governo. Será que o presidente Fernando Henrique não sorria no Palácio da Alvorada? Quando fazia articulações, dando gargalhadas quando negociou a emenda da reeleição quando nos levou à inflação?", questionou Gleisi.

Aloysio Nunes disse que a ex-ministra usa de "ironias" para questionar os oposicionistas. Mas frisou que tal arma é difícil de ser usada. "Eu não sei se o País aguenta mais quatro anos de um governo que contemporiza os grandes problemas que afetam a nossa vida", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEduardo CamposEleiçõesEleições 2014GovernadoresPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU