Redação Exame
Publicado em 1 de julho de 2025 às 15h12.
Última atualização em 1 de julho de 2025 às 16h19.
Após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), líderes da Câmara dos Deputados afirmaram que a medida é uma "declaração de guerra" ao Legislativo e um "tiro no pé".
O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, afirmou em coletiva nesta terça-feira, 1°, que o governo considera a derrubada do decreto como uma violação do princípio da separação dos Poderes e um movimento que gera insegurança jurídica no país.
Segundo o jornal O Globo, o assunto repercutiu no grupo de WhatsApp dos líderes, que tem Motta como integrante. A comunicação entre eles está sendo feita, principalmente, pelo aplicativo nesta semana, já que parte dos parlamentares viajou a Lisboa, para um evento do ministro do STF, Gilmar Mendes. Motta não fez comentários no grupo.
"Vai esticando a corda e vai romper. O governo ainda está envolvendo um terceiro player, que é o STF, e só piora. Com os nervos à flor da pele, tudo é possível [sobre retaliação]. Lula tem de sair no enclausuramento, colocar a cara dele para fora e conversar com os deputados", afirmou o líder do PDT, Mario Heringer (PDT-MG).
O líder do Republicanos, Gilberto Abramo (Republicanos-MG), aliado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o governo está dando um tiro no pé e declarando guerra contra o Congresso.
"O sentimento é ruim, o governo acaba errando mais ainda. O PSOL já havia judicializado, por que o governo quis judicializar? Para mostrar para sua base? É um tiro no pé. Ele mesmo [governo] está declarando guerra com o Congresso, o ambiente vai ficar mais pesado", disse Abramo.
No grupo de WhatsApp, os líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), e do PSOL, Talíria Petrone (RJ), saíram em defesa de Lula. Já a oposição pretende usar o episódio para colocar o governo como inimigo do povo.
"O governo tirou a máscara e mostrou o rosto da crueldade tributária. Lula 3 não governa: caça o bolso do povo. Não confia mais nem no PSOL para fazer o serviço sujo, assumiu que o objetivo é um só: tirar até o que o pobre não tem", disse o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).