Repórter
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 14h06.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, irá acompanhá-lo em uma eventual conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas aplicadas pelo governo americano contra o Brasil.
A declaração foi feita nesta segunda-feira, 29, durante a cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em Brasília.
Os preparativos para um possível encontro entre Lula e Trump começaram a ser discutidos na semana passada, após o retorno de auxiliares do governo de uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos. Até o momento o governo brasileiro afirma não ter recebido qualquer sinalização oficial por parte da Casa Branca sobre a realização da reunião.
Durante o evento, Lula mencionou a primeira-dama de maneira descontraída: “Eu brinco muito com a Janjinha dizendo para ela que a Unesco já me deu uns 10 prêmios para ela de mulher mais bem casada do planeta Terra. E quando eu for conversar com Trump, eu vou levar ela. Eu quero que ele veja”, disse. Após a fala, Rosângela sinalizou com a mão que não aprova a ideia.
Ao abordar o tema da conferência, Lula defendeu a presença feminina nas decisões políticas. “Não existe democracia sem a voz das mulheres. De todas as mulheres”, declarou.
Na ocasião, o presidente também anunciou novas políticas públicas voltadas para a proteção e o direito das mulheres. Entre as medidas, sancionou o projeto de lei nº 386/2023, que modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para permitir a prorrogação da licença-maternidade por até 120 dias após a alta hospitalar da mãe e do recém-nascido.
"Entre a gente aprovar uma lei, a gente regulamentar e as mulheres começarem a receber o salário igual vai ter muita briga, vai ter muito processo, vai ter muita Justiça porque é difícil você fazer as pessoas mudarem de hábito quando se trata de colocar um pouquinho de din din na mão do povo trabalhador", declarou o presidente durante o evento.
Outro ato assinado foi o decreto que regulamenta a Lei nº 14.717/2023. A legislação estabelece uma pensão especial destinada a filhos e dependentes, crianças ou adolescentes, que tenham se tornado órfãos em razão de crimes de feminicídio.
Instantes antes da abertura oficial do evento, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, afirmou que o presidente Lula tem cobrado da pasta a implementação da Lei nº 14.717/2023, sancionada em julho de 2023, mas que ainda não resultou em ações práticas de impacto.
A ministra adiantou que levará ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, propostas voltadas à implementação de políticas de igualdade salarial entre homens e mulheres.
* (Com informações de O Globo)