Lula: petista aposta na isenção para diminuir queda na popularidade (Canal Gov/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de março de 2025 às 06h01.
Última atualização em 18 de março de 2025 às 13h31.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta terça-feira, 18, o projeto de lei (PL) que prevê a isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês a partir de 2026.
O PL foi entregue ao Congresso. A ministra Gleisi Hoffmann (SRI), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e os líderes do governo também participaram do evento.
O projeto é uma das bandeiras de campanha do presidente e esperança do governo melhorar a popularidade de Lula, que vem em queda desde outubro, com a alta do preço dos alimentos e dificuldades na comunicação.
Além de isentar quem ganha até R$ 5 mil, trabalhadores que recebem entre R$ 5.000,01 e R$ 6.980 terão isenção parcial a partir de 2026.
Segundo Haddad, a medida custará R$ 27 bilhões aos cofres públicos. A projeção inicial do governo era de um custo de R$ 35 bilhões. No evento, Haddad afirmou que "o governo mira as pessoas com renda superior a R$ 1 milhão por ano para compensar a isenção de IR para pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil".
Para compensar a renúncia fiscal, o governo criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano). Nessa conta estarão incluídos os rendimentos recebidos como lucros e dividendos, atualmente, isentos.
Renda Mensal | Desconto (%) | Imposto sem desconto (R$) | Imposto final a pagar (R$) |
---|---|---|---|
R$ 5.000,00 | 100% | R$ 312,89 | R$ 0 |
R$ 5.500,00 | 75% | R$ 436,79 | R$ 203,13 |
R$ 6.000,00 | 50% | R$ 574,29 | R$ 417,85 |
R$ 6.500,00 | 25% | R$ 711,79 | R$ 633,57 |
R$ 7.000,00 | 0% | R$ 849,29 | R$ 849,29 |
A medida foi anunciada por Haddad em pronunciamento em rede nacional no fim de 2024 em conjunto com medidas de corte de gastos.
Na época, a percepção sobre o quadro fiscal do governo piorou no mercado financeiro e o dólar bateu recorde e ultrapassou a casa de R$ 6. Hoje, a moeda está em seu menor patamar em 4 meses.
De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada em dezembro, 75% dos brasileiros aprovam a medida. 61% acreditam que alguém da sua família ou eles próprios serão beneficiados pela medida.